Sala D.João IV do Palácio da Ajuda vai ser restaurada por 130 mil euros

Da Redação
Com Lusa

O início do restauro de uma das maiores salas do Palácio da Ajuda, em Lisboa, antiga residência régia, foi assinalado numa cerimônia no dia 19 de abril que contou com a presença do Presidente da República e do ministro da Cultura.

A sala, denominada de D. João IV, está situada no piso nobre do palácio, com janelas na fachada frontal, tem uma área de 170 metros quadrados e as paredes e teto são totalmente revestidos a pintura, cujo autor foi José da Cunha Taborda (1766-1836).

Os primeiros estudos e teste de limpeza foram já realizados, disse a restauradora Ana Sofia Lopes, da empresa Intomaco, responsável pela intervenção de restauro, orçada em 130 mil euros, e que deve ter a duração de oito meses.

O Presidente português Marcelo Rebelo de Sousa, no seu discurso, deixou um recado: “Oito meses, e cá estaremos para ver se o prazo foi cumprido”.

O Chefe de Estado elogiou a ação da Fundação Millennium bcp, cujo apoio mecenático permite esta intervenção. Fernando Nogueira, que preside à Fundação, recordou que a ligação com o palácio é antiga, e recordou o apoio mecenático dado que permitiu o restauro da sala dos Gobelins e da capela real, assim como o apoio para a nova sinalética do espaço museológico.

Entre os desafios que a sala D. João IV coloca aos trabalhos de restauro, Ana Sofia Lopes referiu as sucessivas camadas de verniz que foram colocadas, escurecendo as pinturas. Outro problema, é uma infiltração, no topo sul da sala, da qual historicamente há registo desde 1862, segundo uma nota do rei D. Luís, que viveu no palácio.

Para o diretor do museu do Palácio Nacional da Ajuda, José Alberto Ribeiro, este foi “um dia feliz”, referindo o “importante apoio mecenático” que tem sido, para aquele monumento, como o patrimônio português, a Fundação Millennium bcp, que recentemente apoiou o restauro da sala do trono no Palácio Nacional de Mafra, e está envolvida no restauro e conservação do Castelo de Paderne, próximo de Albufeira, um dos raros testemunhos da construção ancestral em taipa.

O ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, falou da sua “grande alegria de poder testemunhar mais um ato mecenático do Millenium bcp”.

O Palácio da Ajuda, na zona ocidental de Lisboa, foi imaginado pelo rei D. João VI, no Brasil, e foi residência oficial dos monarcas portugueses, tendo ficado fortemente ligado a D. Luís e sua mulher, D. Maria Pia, que o redecorou e nele viveu até partir para o exílio, em 1910.

Atualmente musealizado, o palácio recebe os banquetes de Estado, e, na sala do trono, realiza-se habitualmente a cerimônia de cumprimentos dos Chefes de Estado estrangeiros que visitam Portugal, a poucos metros da sala de D. João IV, agora sujeita a restauro.

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