Projeto de Portugal será apresentado na Bienal Internacional SP

No Parque Ibirapuera, entre 10 de novembro e 16 de dezembro, a Bienal este ano tem como tema "Arquitetura: O público e o privado".

 

Da Agencia Lusa

O impacto da relação com a Europa na arquitetura portuguesa nos últimos 50 anos está no centro do projeto dos arquitetos Jorge Figueira e Nuno Grande, autores da representação oficial portuguesa na Bienal de Arquitetura de São Paulo.

A dupla de arquitetos apresentou a versão final de "Europa – Arquitetura portuguesa em emissão", em 10 de outubro em Lisboa, na presença do vice-ministro português da Cultura, Mário Vieira de Carvalho, e do diretor-geral das Artes, Orlando Farinha.

A obra estará em exposição na 7ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, que acontece no Parque Ibirapuera, entre 10 de novembro e 16 de dezembro deste ano. Considerada uma das maiores mostras de arquitetura do mundo, a Bienal de São Paulo tem como tema este ano "Arquitetura: O público e o privado" e visa promover o debate sobre as políticas de desenvolvimento urbano. Serão feitas homenagens especiais a Oscar Niemeyer e Paulo Mendes da Rocha, dois dos maiores arquitetos brasileiros.

50 arquitetos O projeto da representação oficial portuguesa – cuja primeira versão foi apresentada já este ano durante a Trienal de Arquitetura de Lisboa – reúne um conjunto de edifícios significativos da arquitetura portuguesa da segunda metade do século 20, com um total de 50 arquitetos representados, entre eles Eduardo Souto de Mouta, Álvaro Siza, Gonçalo Byrne, Nuno Teotônio Pereira e João Luís Carrilho da Graça.

Nas palavras dos autores, o conceito que guiou a construção do projeto "pretende testemunhar o modo como a arquitetura portuguesa foi uma criação inventiva e singular, apesar de se encontrar inicialmente na periferia da Europa".

Jorge Figueira e Nuno Grande, ambos com cerca de 40 anos e formados em Arquitetura pela Universidade do Porto, recorreram também a imagens televisivas das várias décadas para ilustrar a evolução da sociedade portuguesa entre 1955 e 1985, ano da assinatura portuguesa do Tratado de Adesão à Comunidade Européia.

"Para além da idéia conceitual do projeto, ligada à visão de Portugal em relação à Europa, quisemos criar um lado mais lúdico para o público, através das imagens de televisão", explicou o arquiteto Jorge Figueira, sobre os vídeos usados, com excertos de publicidade da época e da presença portuguesa no Festival Europeu da Canção (Eurovisão). O edifício, criado no final da década de 60 por Nuno Teotônio Pereira e Nuno Portas, foi simbolicamente escolhido para palco desta apresentação por "constituir uma síntese das discussões mais vanguardistas da época". Além da parceria com rede de televisão RTP para a concessão de imagens, a dupla de arquitetos convidou o cineasta português Edgar Pêra para fazer um filme-instalação sobre quatro grandes projetos: o Centro Cultural de Belém, a Expo 98, os 10 estádios de futebol para o Euro 2004 e a Casa da Música.

O objetivo foi mostrar as contradições entre a imagem de Portugal na escala européia e o modo como a "arquitetura de peso" – título do filme – entrou no imaginário popular e suscitou uma discussão pública pelos gastos que envolveu e os benefícios para a população.

Orlando Farinha, diretor-geral das Artes, revelou que a representação portuguesa na Bienal de São Paulo – que custou 200 mil euros – será mais uma forma de "afirmar Portugal no exterior" e destacou que o projeto "não se resume a um conjunto de edifícios: são também edifícios-metáforas daquilo que foi acontecendo no país ao longo de 50 anos".

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