Obra traça paralelos entre literatura brasileira e angolana

Da RedaçãoMundo Lusíada

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Lançado pela Cultura Acadêmica em co-edição com a angolana Editorial Nzila, a obra "A kinda e a misanga – Encontros brasileiros com a literatura angolana", traça um rico encontro na literatura através de artigos. Rita Chaves, Tania Macêdo e Rejane Vecchia organizaram e mapearam estudos literários referentes a Angola de diversas universidades brasileiras, além de recuperar trabalhos que não foram publicados devido à guerra de 1992 no país africano.

A obra de um dos maiores representantes da ficção angolana, o escritor José Luandino Vieira, é tema de diversos artigos do livro. Como, por exemplo, “O ethos revolucionário da obra de Luandino Vieira”, no qual Elisalva Madruga Dantas mostra que os textos do autor falam da vida do povo angolano, suas tradições, crenças e costumes; da vida dos habitantes dos musseques (áreas de urbanização precária), do sofrimento imposto pela colonização, com a exploração de homens e mulheres, das torturas infligidas pela repressão àqueles que se insurgiam; e da preservação obscura pela privação do saber.

Já o artigo “Mestre Tamoda: colonialismo e resistência”, de Maria Luíza Ritzel Remédios, discorre sobre como o conto Mestre Tamoda (1974), de Uanhenga Xitu, reflete não só o processo de formação da literatura angolana, como também da sociedade de Angola que, após anos de submissão, tentava libertar-se e caminhar sozinha, sua independência de Portugal foi proclamada em 1975.

As relações entre literatura brasileira e africana ensejaram estudos que comparam as obras de João Guimarães Rosa e José Luandino Vieira, apresentados, por exemplo, em “Os caminhos do sol: estudo comparativo entre Sagarana e Luuanda”, de Liliane Batista Barros, e “João Guimarães Rosa e José Luandino Vieira: a voz e a letra”, de Maria Aparecida Santilli.

Ao todo, 34 artigos compõem A kinda e a misanga. Os trabalhos reunidos apresentam uma pluralidade dos projetos de programas de graduação e pós-graduação brasileiros, o que abre caminhos em direção à África e desvela as áfricas existentes nas matrizes que recortam a identidade brasileira.

OrganizadorasRita Chaves é doutora em Letras pela USP, professora e coordenadora de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa na mesma instituição. É pesquisadora associada do Centro de Estudos Afro-Asiáticos da Universidade Cândido Mendes. Tania Macêdo é livre-docente em Letras pela Unesp, professora de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa na USP, onde coordena o Programa de Pós-Graduação em Estudos Comparados de Literaturas de Línguas Portuguesa. É colaboradora no Mestrado em Letras da Universidade Agostinho Neto, de Angola. E Rejane Vecchia é doutora em Letras pela USP e professora de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa na mesma universidade. Informações da Pluricom Comunicação.

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