Feira de S. Gregório recebe centenas de visitantes e um novo carvalho

“S. Gregório antes quer um carvalho à porta, que um mau vizinho”. E assim se fez. No domingo, por iniciativa da Junta de Freguesia de Santa Cruz, em Armamar, foi plantado um carvalho no recinto da Feira Anual de S. Gregório. Pelas mãos do presidente da Câmara Municipal local, Hernâni Almeida, a plantação do carvalho teve por objectivo renovar a tradição popular daquela freguesia.

Ígor Lopes (Portugal)- No actual recinto havia um carvalho enorme e centenário, que por ser oco, servia de abrigo para os mais corajosos dos humanos nos dias de trovoada.

Mas, em 1983, por ter sido alvo do peso da idade e de maus-tratos de incendiários e outros vândalos, o carvalho acabou por ser destruído. E como esta árvore assume-se como “símbolo religioso” naquela festa, a Junta de Freguesia decidiu plantar um novo carvalho para manter a tradição cultural e religiosa daquele povo.

“O que fizemos foi lançar, no mesmo local onde havia um carvalho centenário, um outro carvalho, para fazer jus à tradição do nosso povo”, frisou o presidente da Junta de Santa Cruz, José Manuel Mendes.

Para Hernâni Almeida, o novo carvalho potencializa a tradição local, de uma das maiores festas deste concelho”.

Uma feira, uma tradição

Actualmente, a Feira Anual de S. Gregório (12 de Março), que conta com mais de 300 anos de história, destaca-se por ser a única feira anual daquele concelho. No recinto da feira, para além da vertente religiosa, é possível encontrar as tradicionais falachas e doces, além de artigos e utensílios para a lavoura, bem como sementes, produtos da terra e objectos de artesanato, entre outros. Outra das suas facetas, mais conhecida e admirada pelos jovens da época, eram os piões que faziam a alegria das crianças.

“A feira de S. Gregório é muito antiga. Por isso, não queremos que toda essa tradição se perca no tempo. Este ano, devo recordar que a intervenção da GNR e o apoio da Câmara Municipal foram, uma vez mais, imprescindíveis no sucesso do evento”, finaliza José Manuel Mendes.

 

Turismo e gastronomia foram a aposta

Lazarim festeja carnaval de olho na tradição

Ígor Lopes (Portugal)- Os quatro dias de festa (25 a 28 de Fevereiro) ficaram marcados pela presença de milhares de pessoas da região, além de muitos turistas que aproveitaram a ocasião para levar para casa um pouco da cultura portuguesa característica nesta época do ano.

A grande festa carnavalesca de Lazarim mostrou os seus tradicionais caretos, mas apostou também na promoção da gastronomia, através das tasquinhas e das provas de vinho. Este ano uma das novidades no recinto foi a existência de um restaurante que procurou "rentabilizar e potencializar" a cultura gastronômica da região. O artesanato regional não foi esquecido.

A programação contou com a atuação de vários grupos musicais tradicionais, além de uma exposição fotográfica que deu a conhecer a tradição em imagens. O Desfile tradicional fez também parte dos festejos. Para terminar, no último dia de folia foi a vez do "Entrudo de Lazarim", da leitura de testamento e do concurso de máscaras, entre outras atividades. A vertente turística foi um dos pontos mais explorados, através da indicação de diversos monumentos da região a serem visitados.

De acordo com o presidente da Junta de Freguesia de Lazarim, Norberto Carvalho, "o objetivo desta festa é preservar esta tradição ancestral. Queremos desenvolver e fomentar este evento e, para isso, contamos este ano com a presença de mais pessoas, sobretudo jovens. O Entrudo de Lazarim é uma expressão popular muito característica da cultura das gentes desta terra", completou Norberto Carvalho.

Caretos alimentam tradição

A criatividade e as tendências atuais dos foliões, aliadas à tradição dos seus antepassados, são ingredientes fundamentais para a elaboração e escolha das máscaras e fantasias dos caretos que, todos os anos, animam e dão cor à uma das festas mais importantes da região.

As máscaras dos caretos de Lazarim simbolizam o sentir e a arte popular daquela povoação. O objetivo da festa é criar um ambiente de grande folia e confraternização. Com as máscaras esculpidas de forma artesanal em madeira de amieiro, as comadres e os compadres garantem a proteção da sua identidade e saem às ruas, na terça-feira de carnaval, para incorporar a figura de pecador.

Após a leitura do testamento, anuncia-se a morte do compadre e da comadre numa explosão de fogo, folia e boa disposição. Para fechar a celebração com chave de ouro, manda a tradição que seja servido feijoada e caldo de farinha.

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