Em Lisboa, exposição do Museu da Língua Portuguesa faz viagem pela história do idioma

Da Redação
Com Lusa

Uma viagem pela história da língua portuguesa e da sua presença no mundo, através de painéis explicativos e suportes audiovisuais, é a proposta da exposição itinerante “A Língua Portuguesa em Nós”, patente no MAAT até dia 28 de outubro.

Trata-se de uma “instalação” itinerante do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, que já passou por Cabo Verde, Angola, Moçambique, Brasil e chega agora a Portugal, segundo Hugo Barreto, da Fundação Roberto Marinho, que, em pareceria com o Governo do Estado de São Paulo, o Museu da Língua Portuguesa e o Instituto Internacional da Língua Portuguesa, organiza esta mostra, uma iniciativa do Itamaraty.

A exposição, patente no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa, propõe um passeio pela presença da língua portuguesa no mundo, falada atualmente por cerca de 260 milhões de pessoas nos cinco continentes, acompanhando a expansão do idioma a partir dos roteiros da navegação portuguesa e aborda a forma como a língua coexistiu e evoluiu com outros idiomas, as suas relações com a cultura, a sua presença nos ritmos, na literatura, na gastronomia.

Por isso mesmo, é feita uma brincadeira com a palavra “nós” no título da mostra, que pode ter três interpretações diferentes.

“Nós, sujeito dos vários países que falam a língua portuguesa; nós, unidade de navegação, que simboliza o período de navegação, em que os portugueses espalharam o português pelo mundo; nós, dos embaraços, dos desencontros, que existem entre os diversos falantes de língua portuguesa”, explicou Hugo Barreto.

“A língua portuguesa em nós” mostra a história desta língua ancestral, através de três eixos organizativos, o primeiro dos quais é a antiguidade da língua, nascida no continente europeu e que sofreu influências de várias outras, evoluindo até ao português atual.

Outro eixo da exposição tem a ver com a universalidade da língua portuguesa, que está presente em todos os continentes.

Por último, a própria miscelanização da língua, uma língua mestiça, com várias influências, que a tornam uma “língua viva que se vai transformando ao longo dos tempos”.

As peças expostas fazem parte do acervo do Museu da Língua Portuguesa e consistem em painéis, que descrevem toda a parte histórica, e em ambientes audiovisuais, com som, vídeo e palavras escritas nas telas.

“Há poesia projetada nas telas, com vozes de artistas lendo os textos, há a língua no quotidiano, na literatura, na poesia”, disse.

O próprio visitante pode deixar um trecho escrito e há jogos interativos para crianças, o que reforça a vertente pedagógica e educativa da exposição, afirmou Hugo Barreto.

Segundo o responsável, “o visitante de língua portuguesa, ao visitar a exposição, está-se a revisitar, a revisitar o seu passado e as suas raízes”.

O Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, Brasil, foi destruído por incêndio, em 21 de dezembro de 2015, e tem reabertura prevista para 2019, conforme projeto anunciado no final de 2016.

As obras previstas tinham um orçamento inicial de 65 milhões de reais (18 milhões de euros), sendo 34 milhões (9,5 milhões) provenientes de iniciativa privada, com a EDP como principal patrocinadora, numa “aliança” que também engloba o Grupo Globo e o Grupo Itaú, de acordo com o anúncio feito pelo governo do Estado de São Paulo.

O projeto foi entregue a Pedro Mendes da Rocha, que desenvolvera o plano original com seu pai, o premiado arquiteto e urbanista Paulo Mendes da Rocha (autor do novo edifício do Museu dos Coches, em Lisboa).

O Museu da Língua Portuguesa abriu as portas em março de 2006, em São Paulo, e tornou-se num dos mais visitados do Brasil e da América do Sul.

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