Brasil assina memorando com Universidade de Porto para intercâmbio em saúde pública e bioética

Mundo Lusíada

Em Portugal, o ministro brasileiro da Saúde, Marcelo Queiroga, assinou na sexta-feira (20) um Memorando de Entendimento com a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. O acordo é para o estabelecimento de pesquisas colaborativas, capacitação de pessoas e trabalho em rede, apoiando o desenvolvimento científico e tecnológico em saúde.

“Esse é mais um passo importante no fortalecimento da ciência, tecnologia e inovação em saúde no Brasil. Será um intercâmbio de grande valia o Brasil, uma vez que a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto é uma instituição reconhecida na Europa e no mundo pela excelência do seu corpo docente, a qualidade dos seus alunos, e o compromisso com a ética, a pesquisa, a assistência e o ensino”, contou Queiroga em pronunciamento.

O documento prevê o desenvolvimento de projetos e investigações colaborativos, financiamento de bolsas, fornecimento de instalações adequadas, além do intercâmbio de estudantes, cientistas, especialistas, acadêmicos e gestores de ciência e tecnologia em saúde. A cooperação será feita levando em conformidade com a legislação de cada País.

A coordenação e implementação do acordo no Brasil ficará a cargo da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde (Sctie). Cientistas, e outros especialistas ou organizações internacionais que não fazem parte das duas instituições signatárias poderão ser convidados a participarem em atividades de cooperação.

O acordo é mais uma ponte firmada entre o Ministério da Saúde e universidades estrangeiras no sentido de desenvolver a saúde pública no Brasil. Ações do tipo também foram promovidas com as Universidades de Oxford e Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

Saúde Brasil

Queiroga cumpre agenda internacional, e em Lisboa, participou ainda da Conferência Internacional sobre Educação Médica, na Universidade do Porto.

O gestor brasileiro falou sobre o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e a implementação de novas tecnologias na formação de profissionais médicos do Brasil.

“As faculdades de medicina existem para formar médicos como transformadores da sociedade. Profissionais com conhecimento e saber, que vão modificar indicadores de saúde pública. É necessário ter profissionais de saúde qualificados para atender às demandas da população”, disse Queiroga.

Segundo o ministro, a população brasileira tem à disposição mais de 500 mil médicos. Com mais de 369 escolas médicas e 39,3 mil vagas ofertadas por ano, a expectativa, de acordo com a projeção, é que o Brasil tenha mais de 800 mil profissionais médicos até o ano de 2030.

“O Governo Federal firmou o compromisso com o fortalecimento do SUS de forma integral, desde a Atenção Primária. E isso também significa fortalecer a formação de profissionais de saúde qualificados que possam atender aos anseios da população brasileira”, defendeu.

Ainda de acordo com a apresentação, a assistência médica no Brasil tem se tornado cada vez mais feminina. Em 2020, 47% dos novos registros nos Conselhos Regionais de Medicina foram de médicas. A especialidade mais procurada por elas é a dermatologia, seguido da pediatria, endocrinologia e medicina da família e comunidade. Já entre os homens, as especialidades são urologia, ortopedia e traumatologia, neurocirurgia e cirurgia geral.

Já nesta segunda-feira, Queiroga reiterou que o governo brasileiro é defensor “da vida desde a concepção, da liberdade, da paz e do respeito à soberania dos estados”, durante a abertura da 75ª Assembleia Mundial da Saúde, que ocorre em Genebra, na Suíça.

“Combatemos incessantemente a corrupção que retira oportunidades dos cidadãos acessarem o sistema de saúde, impedindo a realização de políticas públicas essenciais”, acrescentou o ministro.

Queiroga aproveitou a oportunidade para ressaltar que, para o enfrentamento de futuras emergências sanitárias, é necessário que os países fortaleçam os sistemas nacionais de saúde. “Durante a pandemia investimos mais de 110 bilhões de dólares no nosso SUS, o que permitiu triplicar nossa capacidade de vigilância, e ampliar a atenção primária e especializada à saúde”.

No domingo (22), Queiroga se reuniu com o vice-presidente do Equador, Alfredo Enrique Borrero Vega. O ministro também participou de reuniões com o chefe do Departamento Federal de Assuntos Internos da Suíça, Alain Berset, com ministros do Mercado Comum do Sul (Mercosul) – onde debateram ações conjuntas de acompanhamento da pandemia – e, também, com a ministra da Saúde e Temas Sociais da Suécia, Lena Hallengren.

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