Portugueses em Maputo destacam qualidades de Moçambique como país de emigração

Da Redação
Com Lusa

No Arraial na Escola Portuguesa, organizado pelo Consulado Portugues, alunas da Escola aguardam pela sua atuacao nas comemoracoes do 10 de junho em Maputo, 10 de junho de 2012. ANTONIO SILVA/LUSA

Centenas de portugueses se reuniram hoje em Maputo para celebrar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas e destacaram as qualidades de Moçambique como destino de emigração.

A Escola Portuguesa de Moçambique foi transformada no palco das festividades do 10 de Junho, num evento que conta com uma feira empresarial, onde estão presentes mais de 60 empresas luso-moçambicanas, e várias atividades gastronômicas e culturais.

“A comunidade portuguesa está muito bem vista cá. Penso que Moçambique é um país de brandos costumes. O mais importante é perceberem (os portugueses emigrantes) que isto é um país estrangeiro, que não é Portugal”, disse à Agência Lusa, Elsa Santos, proprietária de um centro empresarial.

Assinalando a “simpatia” e a “generosidade” do povo moçambicano, Elsa Santos sublinhou que os portugueses que escolham como destino de trabalho Moçambique devem trazer “boa vontade e pensarem que têm pelo menos dois anos para se adaptarem” ao país.

“Para eles se adaptarem, têm de se entender muito bem com os moçambicanos. O moçambicano é humilde. Se eles forem humildes como eles, vão longe”, disse a empresária portuguesa.

Há um ano em Moçambique, Amélia Sobral visitou pela primeira vez a festa da comunidade portuguesa, apontando o espírito de solidariedade e entreajuda dos portugueses residente no país.

“Aqui (em Moçambique), aprendemos a dar valor a coisas na vida que não damos enquanto estamos na Europa. Voltamos às nossas origens e às coisas básicas. Uma das coisas que é importante, é a amizade. Conseguimos ter nos nossos amigos a nossa família”, disse à Lusa Amélia Sobral.

Não me sinto insegura nesta cidade (Maputo), nem hostilidade. Sinto que as pessoas têm vontade de aprender. É isso que nos têm transmitido e que nós estamos cá para lhes dar esses ensinamentos”, acrescentou.

Além da vaga de emigração que se assiste, a crise econômica e financeira que Portugal atravessa é também visível nas ajudas sociais portuguesas a Moçambique, que têm vindo a ser reduzidas.

Em março deste ano, a Agência Lusa noticiou a “situação crítica” que se vivia na Casa do Gaiato de Moçambique, resultado do corte nas ajudas de Portugal à instituição social.

“Neste momento, ainda estamos com uma situação delicada, mas com a promessa de alguns apoios de Portugal e de Moçambique. Muitos amigos já nos contataram e levaram as nossas preocupações. Estamos gratos por esta sensibilidade e este apoio”, disse Quitéria Torres, responsável da instituição.

Instada a comentar se a crise vai afetar negativamente as relações de solidariedade de Portugal para com Moçambique, a religiosa afirmou que a nação portuguesa “jamais ficará insensível às necessidades” do povo moçambicano.

Segundo Graça Pereira, cônsul de Portugal em Moçambique, a festa da comunidade portuguesa vai ainda dar “as boas vindas” à próxima presidência moçambicana da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP), que se inicia em julho.

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: