Nova rota marítima para África ampliará exportações de produtos cearenses

Da Redação

As oportunidades de negócios com o restabelecimento da rota marítima entre portos de Cabo Verde e o Porto do Mucuripe, em Fortaleza, foram apresentadas para cerca de 100 representantes interessados nas relações internacionais de comércio, no último dia 10 de agosto, na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC). Com a diminuição do tempo de viagem da carga de 35 a 40 dias, para cinco a seis dias e a desburocratização das exportações, a nova rota deve estimular a produção local e ampliar as exportações cearenses.

Com o tema “Canal Aberto – Cabo verde como hub para a África”, o secretário executivo da Comissão de Comércio Exterior (CCE), Roberto Marinho, reforçou o potencial do mercado com o país africano, que deve receber produtos de setores variados da industrial regional. Segundo Marinho, a África é um continente aberto aos produtos brasileiros e previsão de funcionamento da nova rota será até o final do ano. “Com a diminuição do tempo, produtos perecíveis que antes não aguentavam os 35 dias de viagem poderão ser exportados”, explica. Outro fator positivo é a redução dos custos do frete para o exportador. Enquanto a rota não é implantada, as cargas são embarcadas em voos de uma companhia aérea. Geralmente, paga-se R$ 2,50 por quilo transportado, contabilizando R$ 2,5 mil por tonelada. “Com a nova rota, se pagará no máximo R$ 3 mil para uma carga de 20 mil toneladas”, explica Marinho.

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) é um grande potencial de mercado para os países que compõem a aliança, afirmou o presidente da Câmara Brasil Portugal, Jorge Chaskelmann. A CPLP é composta por oito países membros: Brasil, Portugal Cabo-Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique e Timor Leste. Juntos eles somam 251 milhões de habitantes e um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ de 2,4 trilhões.

Infraestrutura

De acordo com o presidente da Companhia das Docas do Ceará, Paulo Holanda, o Porto do Mucuripe recebeu intervenções para a efetivação da rota e atualmente dispõe de todas as condições em termos de infraestrutura, armazenagem e tarifas para atender a demanda. Há quase três anos, a nova rota vinha sendo discutida. Em 2011, durante o Encontro de Negócios na Língua Portuguesa (ENLP), foram estreitados os debates quando empresários cearenses demonstraram interesse em exportar para o continente africano por via marítima.

O evento foi uma realização conjunta da Comissão de Comércio Exterior; da Câmara Brasil Portugal no Ceará, da Câmara Brasil Angola no Ceará; e conta com o apoio do Centro Internacional de Negócios, da Federação das Indústrias do Estado do Ceará, da Confederação Nacional da Indústria, e da APEX Brasil, além do patrocínio da Termaco.

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