No Dia da Juventude, ONU ouve jovens dos países lusófonos

Na data em que milhões celebram o Dia Internacional da Juventude, Rádio ONU entrevistou jovens de países de expressão portuguesa, que se distinguem pelo que fazem em diferentes ramos, falam do seu percurso.

Por Eleutério Guevane e Yara Costa
Rádio ONU em NY

Milhões em todo o mundo celebram o Dia da Juventude. Foto: Rádio ONU

Este ano, o 12 de Agosto foi celebrado sob o lema “Mudar o Nosso Mundo”. À Rádio ONU, entrevistados lusófonos destacam como criaram e mantém a sua atuação atraindo atenções nos seus países. Eles abordam também as suas expectativas e perspectivas de futuro.

“Fome de Formação” em Angola

Cláudio Aguiar preside o Conselho Nacional da Juventude de Angola. Considera-se à frente de uma batalha por questões sociais com impacto juvenil como habitação, emprego e saúde.

Diz conhecer a realidade de jovens deslocados do interior para a capital, Luanda, na guerra terminada há quase 20 anos. Viveu na pele a experiência de movimentação de Malange, no interior,  para o maior centro urbano do país. Não quer ver repetida a guerra “que mais sacrificou” jovens e revela a “fome de formação” de jovens que compõem mais de 70% da população angolana.

Desafios da Mulher Negra Brasileira

A ativista jovem cearense, do Instituto da Juventude Contemporânea, Luizete Vicente, acredita que uma das principais barreiras ao acesso dos direitos dos jovens no Brasil, é falta de um estatuto nacional da Juventude.

A organização onde trabalha como educadora social em Fortaleza promove atividades e ações de integração dos jovens nas esferas social, política e econômica. Luizete, de 26 anos, destaca ainda que a situação da jovem mulher negra é mais grave na região do nordeste do Brasil, por causa da condição social e do preconceito racial.

Em sua experiência como educadora, Luizete diz que as jovens negras são as maiores vítimas de violência física, e psicológica e que a “”luta contra essa injustiça ainda está longe de terminar”.

Arte, Luta e Aventura em Moçambique

Para o moçambicano Edson Langa, a música é uma metáfora da vida. Considera-se sonhador e revela o seu lado lutador e aventureiro. Tudo começou num grupo cultural da Organização da ONU para Educação Ciência e Cultura, Unesco, em Maputo, onde viveu as suas primeiras experiências em artes plásticas, música e dança – que vieram a abrir as portas ao mundo.

No seu trajeto, aprendeu e ensinou a vários jovens em intervenções no Botswana, Burundi e Cote d’Ivoire, também conhecida como Costa do Marfim.

Emprego e Esperanças para Jovens Portugueses

De Portugal, a jovem de 26 anos Raquel Vieira, aponta a economia mundial e a crise financeira como principal motivo de preocupação dos jovens portugueses.

Raquel, que trabalha numa Associação de Jovens Agricultores em Lisboa, afirma que as oportunidades de emprego são cada vez menores no seu país e que gostaria de ver o governo a criar mais espaços de trabalho e garantias de empregos fixos e duradouros para os jovens.

Raquel acredita que “nunca a situação dos jovens foi tão preocupante como agora” quando comparando com a geração dos pais. Há uma perda de motivação dos jovens de contribuição para sociedade. Para ela, só o acesso a uma boa educação de nível superior e estabilidade no mercado de trabalho pode devolver a esperança aos jovens.

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