Liberdade de Imprensa: Brasil e Angola caem e Cabo Verde entre os melhores do ranking

Da Redação
Com Lusa

Brasil e Angola caíram na lista dos Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que classifica a liberdade de imprensa no mundo, e Cabo Verde está entre os dez países que lideram o ranking, revela um relatório divulgado em 25 de janeiro.

Entre os países lusófonos, uma das quedas mais sensíveis no ranking foi a do Brasil, que passou do 58º lugar em 2010 para 99º em 2011, em resultado da morte de três jornalistas e bloguers.

“No norte e nordeste do país, como nas regiões de fronteira com o Paraguai, a corrupção local, as atividades do crime organizado ou os atentados contra o meio ambiente são temas perigosos para os jornalistas, mas também para os bloguers”, sublinhou o relatório.

Embora os RFS tenham reconhecido avanços na luta contra a impunidade, detetou também substanciais diferenças em função das regiões, com grandes pressões dos poderes locais.

“Muito embora a primavera árabe não se tenha estendido à África subsaariana, ao ponto de ter provocado a queda de governos, alguns regimes enfrentaram fortes reivindicações políticas e sociais”, referiu o documento, acrescentando que a polícia tentou reprimir com violência em muitos casos.

“Este foi o caso em Angola, que ficou em 132º lugar (104º em 2010), onde vários jornalistas foram detidos durante as manifestações de setembro”, avançou o documento.

Várias manifestações e marchas foram organizadas por grupos de jovens, tendo sido muitos presos e enfrentado julgamentos em tribunais angolanos.

O primeiro Estado não europeu do ranking é Cabo Verde, que ocupa a 9ª posição (subiu na tabela, já que em 2010 ocupava o 26º lugar).

O relatório diz que Cabo Verde é uma “democracia saudável, modelo de boa governação, onde a alternância faz parte da vida política, como se constatou nas eleições presidenciais do verão passado. Os jornalistas são completamente livres e o acesso de todas as forças políticas aos meios de comunicação públicos está assegurado”.

A Guiné-Bissau sofreu uma queda na lista, passando de 67.º lugar em 2010 para 75.º em 2011, num país em que a agitação política, os sucessivos assassínios e golpes contra o governo são uma constante.

Portugal ascendeu na tabela, passando do 40.º lugar em 2010 para 33.º em 2011. Timor-Leste e Moçambique também subiram no ranking, de 93.º lugar em 2010 para 86.º em 2011, e da 98.ª posição em 2010 para 66.ª em 2011, respetivamente.

A Guiné Equatorial, que pediu a adesão à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), passou de 167.º lugar em 2010 para 161.º em 2011.

Depois da Finlândia e da Noruega, que partilham o primeiro lugar na tabela, surgem a Estónia e a Holanda, ambas no segundo lugar, seguindo-se a Áustria, Islândia e Luxemburgo.

Por oposição, no final da lista, estão a Eritreia, a Coreia do Norte, o Turquemenistão, a Síria, o Irão, a China, o Bahrein, o Vietname, o Iémen e o Sudão.

Para realizar este índice, que abrange 179 países, a RSF dirigiu um inquérito a 18 associações de defesa da liberdade de expressão nos cinco continentes, aos seus 150 correspondentes, bem como a jornalistas, investigadores, juristas e militantes dos direitos humanos.

O documento refere-se a ataques diretos contra jornalistas e cibernautas (mortes, detenções, agressões, ameaças) e a meios de comunicação social (censura, apreensões, perseguições e pressões).

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