Cavaco cita o crescimento do idioma e sugere “bolsa única de recursos humanos e financeiros”

Os antigos Presidentes (E/D) de Portugal, Mário Soares, de Cabo-Verde, Pedro Pires, da Assembleia da República de Portugal, Jaime Gama, o secretário Executivo da CPLP, Domingos Simões Pereira, de Moçambique, Joaquim Chissano, e de Portugal, Jorge Sampaio, durante o Colóquio "CPLP - Uma oportunidade histórica", em Lisboa, 07 de fevereiro de 2012. Foto: JOAO RELVAS / LUSA

Mundo Lusíada
Com Lusa

O Presidente de Portugal sugeriu a criação de “uma bolsa única de recursos humanos e financeiros” no seio da Comunidade de Países de Língua Portuguesa para apoiar a promoção de língua portuguesa e programas de cooperação entre membros.
Discursando na cerimônia de inauguração da nova sede da CPLP, em 06 de fevereiro, Cavaco Silva reiterou que o português é “um idioma de que há muito justifica a sua elevação oficial a língua oficial nos diferentes organismos internacionais de que são membros os Estados da CPLP, começando, desde logo, pelas próprias Nações Unidas”.
A este propósito, o Presidente português lembrou o seu discurso feito em português no primeiro debate aberto do Conselho de Segurança das Nações Unidas sob presidência portuguesa, em Nova Iorque. “A nossa língua é já hoje a sexta mais falada no mundo e, ainda mais importante, um dos idiomas em maior expansão, fruto não só do crescimento demográfico dos nossos países mas, também, do aumento exponencial no interesse que vem suscitando a nível global”, declarou Aníbal Cavaco Silva.
Para ele, esta realidade “constitui um extraordinário ativo estratégico, em termos políticos e econômicos”, que obriga todos os países membros da CPLP a apostarem “na educação e na formação” em língua portuguesa “como prioridade”.
“Sabemos que nem todos temos os mesmos recursos no domínio da língua”, notou Cavaco, que neste contexto defendeu “uma concertação de esforços a nível político, que permita criar condições logísticas e financeiras para que aqueles que dispõem de meios humanos possam apoiar quem mais deles necessita”.
“A CPLP poderia ser o fórum ideal para essa reflexão conjunta e para adoção de programas de cooperação abrangendo todos os seus membros, com base numa bolsa única de recursos humanos e financeiros”, advogou.
Na sua intervenção, o chefe de Estado salientou mais do que uma vez as “oportunidades de índole política e econômica” que pode trazer a “expansão da língua portuguesa como verdadeira língua universal”.
“Importa prosseguir os esforços no sentido da implementação efetiva das orientações dos chefes de Estado e Governo nesta matéria e, em particular, das medidas previstas no plano de ação de Brasília”, sublinhou.

Cidadãos
O Presidente português ainda defendeu que a CPLP deve se abrir “mais ao contributo dos seus cidadãos” e que cada país membro deve prestar “atenção acrescida” à evolução da sua sociedade civil.
“A CPLP tem de descer à rua e de se abrir mais ao contributo dos seus cidadãos, começando, desde logo, pelos mais jovens, para que estes a sintam como algo que lhes pertence, com que se identificam, como uma real mais valia nas suas vidas”, afirmou Cavaco Silva.
A cerimônia de inauguração da nova sede da CPLP aconteceu no Palácio do Conde de Penafiel, na baixa lisboeta.

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