Bahia vai a Angola levar energia a pobres

Concessionária do Estado firmou convênio com empresa angolana para ajudar a levar e a manter eletricidade em locais de baixa renda

A concessionária de energia elétrica baiana vai até Angola aumentar o acesso a energia elétrica. O país africano enfrenta hoje um problema que vem diminuindo nesse Estado brasileiro, que vive a fase de levar eletricidade a comunidades pobres e mantê-la nesses locais mesmo com as dificuldades financeiras das famílias carentes.

A COELBA (Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia) vai prestar assistência à EDEL (Empresa de Distribuição de Energia Elétrica de Angola) é quem presta o serviço neste setor.

Angola é um dos países mais pobres do mundo. Está em 160º no ranking mundial do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), à frente apenas de 17 nações. Só 20% de sua população tem acesso a eletricidade. Até 2010, o governo angolano pretende aumentar esse percentual para no mínimo 30%. Grande parte do país (32%) ainda utiliza técnicas tradicionais para obtenção de energia, como a queima de lenha e de carvão.

A eletricidade, apesar de ser um benefício que estimula o desenvolvimento, tem um custo com o qual muitos não conseguem suportar. A COELBA enfrentou e ainda enfrenta o desafio mesmo nas áreas urbanas da capital baiana. Em Salvador, segundo a empresa, 55% da população é de baixa renda e recebe subsídio do governo por consumir menos de 80 quilowatts/hora ao mês. Mesmo com esse benefício, a empresa amargava altos índices de inadimplência. A saída foi ensinar os moradores pobres a economizar energia e evitar o desperdício. Com isso, o consumo caiu, as contas ficaram mais baratas e a COELBA passou a lucrar mais com o aumento da adimplência.

São experiências como essa que técnicos da companhia vão levar até Luanda, capital de Angola. Na primeira quinzena de janeiro, eles ficarão no país para conhecer de perto a realidade angolana e seus maiores desafios. De volta ao Brasil, vão desenvolver propostas para combater os problemas que conheceram. Esse intercâmbio deve ocorrer por dois anos, durante os quais serão realizados diversos encontros, seminários e workshops.

“A COELBA enfrentou coisas bastante parecidas e, como a EDEL, teve que começar praticamente do zero para encontrar soluções adequadas”, afirma a coordenadora de Eficiência Energética da COELBA, Ana Christina Romano Mascarenhas. “Nosso objetivo é levar nossa experiência para Angola para facilitar o trabalho deles. Queremos levar tudo mastigadinho mesmo, mostrar quais são os caminhos mais eficientes e como evitar alguns dos problemas que encontramos”, conta.

A assinatura do convênio com a EDEL tem o apoio da USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) e ocorreu na mesma ocasião em que a COELBA assinou um outro acordo, com a USAID e também o PNUD, além da organização não-governamental Gente do Brasil, que visa o fornecimento de qualificação profissional para as comunidades carentes de Salvador. ONU | PrimaPágina

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