Atividade econômica da Guiné-Bissau continua suportada pelo preço do caju

Da Redação
Com Lusa

O Fundo Monetário Internacional (FMI) considerou que a atividade econômica da Guiné-Bissau continua dinâmica, suportada pelo preço do caju e investimento externo, mas alertou que a situação política, a persistir, poderá ter impacto negativo nos negócios.

O FMI terminou a sua quinta e última avaliação ao Programa de Crédito Alargado, aprovado em julho de 2015, no valor de 23,5 milhões de dólares (cerca de 21 milhões de euros).

“A implementação do programa foi satisfatória. Todos os critérios quantitativos de desempenho e metas indicativas para a quinta avaliação foram cumpridos e as reformas estruturais estão a avançar, embora com atraso em alguns casos. A missão saudou o compromisso continuado das autoridades com o programa e os seus objetivos de consolidação da estabilidade macroeconômica e promoção das reformas estruturais para apoiar um crescimento econômico forte e amplo”, afirmou o chefe da missão Tobias Rasmussen.

Segundo o responsável, as perspetivas econômicas são “amplamente positivas” e o aumento do investimento público “deve ajudar a colmatar lacunas na infraestrutura essencial, incluindo o fornecimento de eletricidade”.

“Ao mesmo tempo, os termos das condições de comércio da Guiné-Bissau deterioram-se, com preços mais altos nas importações de petróleo e parecendo as perspetivas para as exportações de caju menos favoráveis do que no ano passado”, salientou, em declarações aos jornalistas.

Para o chefe da missão do FMI, a “maior tensão política desde a queda do Governo, em janeiro, caso persista, prejudicaria a implementação de políticas e afetaria negativamente o clima de negócios”.

A crise política na Guiné-Bissau continua num impasse e no final de janeiro o Presidente guineense nomeou um novo primeiro-ministro para o país, mas a composição do seu Governo continua sem ser anunciada mais de 50 dias depois de ter tomado posse.

Na conferência de imprensa, Tobias Rasmussen insistiu no fortalecimento do setor bancário e na aplicação de normas prudenciais para o setor financeiro se manter sólido devido ao “alto nível de crédito malparado”.

O FMI recomendou também que a promoção e desenvolvimento do setor privado sejam feitos através de políticas “mais estáveis, transparentes e viradas para o mercado”, especialmente no setor do caju.

Os empresários indianos que operam na Guiné-Bissau já concordaram com o preço estabelecido para a castanha de caju a pagar ao produtor, fixado em 1000 francos CFA (1,5 euros) o quilograma.

A Índia é o destino da castanha do caju em bruto da Guiné-Bissau. Anualmente, são exportadas mais de 150 mil toneladas daquele produto guineense para a Índia.

No domingo, um dia depois de ter anunciado o preço de referência da compra da castanha ao produtor, o Presidente guineense reuniu-se com os operadores econômicos da Mauritânia que também prometeram comprar o caju guineense.

José Mário Vaz acredita que este ano o país poderá produzir 200 mil toneladas da castanha de caju.

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