10 Junho: Timor-Leste defende importância econômica da língua portuguesa

Mundo Lusíada
Com Lusa

PresidentePortugal_TimorNeste 10 de junho, o ministro dos Negócios estrangeiros timorense defendeu que a presença de mais empresas da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) em Timor-Leste pode ser um fator motivador e decisivo na promoção do Português.

“O investimento na língua portuguesa tem que ser visto noutras perspectivas mais ambiciosas do que o ensino. Falar português tem que ser visto pelos jovens como um incentivo para ter um futuro melhor”, disse Hernâni Coelho, numa cerimônia comemorativa do Dia de Portugal, Camões e Comunidades, organizada pela embaixada de Portugal, na escola portuguesa, em Díli.

Perante a presença de diplomatas de vários países, membros do governo timorense e centenas de pessoas da comunidade portuguesa residentes no território, o ministro defendeu uma aproximação do espaço lusófono.

Numa altura em que Timor-Leste assume a presidência rotativa da CPLP, Hernâni Coelho disse que Timor tem que apoiar e aprofundar as opções constitucionais timorenses em relação à política das línguas oficiais, tetum e português.

“A língua portuguesa, em conjugação com a fé católica, é para nós um dos fatores distintivos que nos garante a afirmação da singularidade da nossa cultura na região”, afirmou. “Garante-nos também a aproximação não só a Portugal e à Europa, mas também ao Brasil e aos países africanos de língua portuguesa”, disse.

O ministro insistiu no “interesse econômico” da língua, afirmando que com empresas que falem português em Timor-Leste os jovens terão aí um fator decisivo para o sucesso da política linguística.

Numa referência à CPLP, o ministro considerou que pode ser um veículo privilegiado para dinamizar “as solidariedadews transnacionais” como mais cooperação a todos os níveis e uma ação conjunta nos fóruns internacionais.

“A afirmação da CPLP tem que ser vista como uma ideia diferente e dinâmica a ser inventada permanentemente. Para isso precisamos da ajuda e da contribuição de todos e muito em especial de Portugal”, concluiu.

Luso-chinesa
Também nas comemorações do Dia de Portugal, Camões e Comunidades, o embaixador de Portugal na China, Jorge Torres-Pereira, disse que “as perspectivas das relações luso-chinesas nunca foram tão boas” como em 2015, o ano do 10º aniversário da “parceria estratégica global” entre os dois países.

“No comércio, no investimento, no turismo ou no ensino das respectivas línguas, todos os indicadores estão a subir”, afirmou o diplomata na comemoração que reuniu cerca de 200 pessoas na embaixada do país em Pequim.

O embaixador português descreveu Camões como “um patriota, um aventureiro, um grande amante da vida e uma das maiores figuras da literatura ocidental”, comparando-o a Confúcio, um dos mais venerados sábios chineses da antiguidade. “Camões é tão importante em Portugal como Confúcio é importante na China”, disse.

Pelas contas da Administração-geral das Alfandegas chinesas, em 2014, as exportações portuguesas para a China cresceram 18,8% em relação ao ano anterior, ultrapassando pela primeira vez 1.600 milhões de dólares.

Cabo Verde
O primeiro-ministro de Cabo Verde considerou também que celebrar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas é também comemorar a Pátria da comunidade lusófona. Em declarações à Lusa, José Maria Neves, que indicou ter já enviado uma mensagem de felicitações ao seu homólogo português, Pedro Passos Coelho, salientou que o “10 de junho” tem permitido uma ligação “umbilical” entre Portugal e os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e que, como tal, a celebração é de todos.

“É um dia fundamental para Portugal, mas também para toda a comunidade lusófona. Se considerarmos que a língua é a nossa Pátria, e se considerarmos que Camões foi um grande cultor da Língua Portuguesa, podemos dizer que a ’10 de junho’ estamos também a comemorar a nossa Pátria”, sustentou. “Se considerarmos a ligação quase que umbilical entre as comunidades portuguesas e cabo-verdianas, nos Estados Unidos ou na Europa, podemos dizer, também um pouco, que hoje é o dia das nossas comunidades”, acrescentou.

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