Maioria dos emigrantes regressa a Portugal em menos de um ano, diz SECP

[Atualizada – 22/11]

Mundo Lusíada
Com Lusa

Nesta quinta-feira, o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas esclareceu que dos 500 mil portugueses que emigraram durante a crise europeia, entre 2010 e 2015, 350 mil teriam regressado a Portugal e outros querem regressar.

“Olhando para os números das saídas e dos regressos de 2016 e 2017, dos cerca de 500 mil portugueses que saíram entre 2010 e 2015, poderíamos apontar para um regresso ao país de 350 mil”, afirmou José Luís Carneiro.

Acrescentou que 60% dos portugueses que saíram do país “voltaram em períodos inferiores a um ano”, adiantou, defendendo que “são cada vez mais os portugueses que querem regressar à sua terra de origem” estimou ele na cerimônia de assinatura de um acordo para a criação de um Gabinete de Apoio ao Emigrante, entre a Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas e o Município da Lourinhã, no distrito de Lisboa.

Por comparação aos 80 mil que saíam todos os anos em média, o governante estimou uma quebra nas saídas de 20 mil portugueses, de acordo com estatísticas divulgadas este ano, e de 10 mil em 2017, por comparação a 2016.

Na semana passada, o secretário de Estado já insistiu que “há uma tendência para o movimento circular”, ou seja, “para que cidadãos saiam do país” para “oportunidades de emprego, muitas das vezes, de investigação, de conhecimento ou por razões culturais, científicas e técnicas, e que voltam ao país em períodos inferiores a um ano”.

“É cada vez mais um fluxo migratório não tanto para ficar no país de acolhimento ou no país da oportunidade. Cada vez mais regressam à semana, ao mês, de três ou três meses ou de seis em seis meses. É relevante que, entre 60 a 70% destas saídas voltam a Portugal em períodos inferiores a um ano”, sublinhou Carneiro, na inauguração de um Gabinete em Pombal, na última semana.

Gabinetes Emigrantes

Os gabinetes, salientou ainda, são um “ponto de apoio daqueles que querem preparar uma saída para o estrangeiro”, pois podem ajudar a esclarecer “questões de natureza laboral” ou “informar as empresas sobre os deveres para com os trabalhadores e os assuntos fiscais dos países de acolhimento do seu investimento”.

São também “estruturas cada vez mais importantes para apoiar aqueles que querem regressar”, frisou no evento em Pombal.

O governante reforçou que, em três anos, o governo criou 44 gabinetes, existindo, neste momento 144, dos quais quatro estão em “grandes freguesias”.

“Conseguimos cumprir um outro objetivo, que era o de alargar os gabinetes a todo o território nacional”, disse, ao referir que este serviço dá também resposta do “ponto de vista empresarial e econômico”, porque “os GAE de nova geração articulam-se também com o Gabinete de Apoio ao Investidor da Diáspora, que faz a articulação com a AICEP [Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal]”.

“Os GAE assentam em dois princípios: disponibilidade e proximidade, e de ‘A a Z’ trata de tudo o que tem a ver com a emigração”, rematou José Luís Carneiro.

Diáspora e mais exportação

José Luís Carneiro reforçou ainda o papel da diáspora na promoção das exportações nacionais.

“Os dez países de destino da emigração portuguesa que se estão a consolidar nos últimos cinco, seis, sete anos são oito europeus e Angola e Moçambique. E se verificarmos quais os países onde as exportações portuguesas mais têm crescido reparamos que são os países onde temos grandes diásporas portuguesas”.

O mesmo se passa com os países onde Portugal mais compra e o secretário de Estado acredita que o turismo terá o mesmo reflexo.

“Estou à espera dos dados do Turismo de Portugal, mas estou convencido que os números do turismo mostrarão que uma parte significativa daqueles que nos visitam tem na diáspora portuguesa a primeira fonte de promoção externa do nosso país”, revelou José Luís Carneiro.

Para José Luís Carneiro, este gabinete “traduz-se na chave de uma porta que está na direção dos serviços consulares e das comunidades portuguesas, que faz a relação deste município com esta rede consular e diplomática” que existe em “350 representações consulares e diplomáticas em todo o mundo”.

O presidente da Câmara de Pombal, Diogo Mateus (PSD), desafiou o secretário de Estado a realizar alguns encontros da diáspora na região de Leiria, no âmbito da Comunidade Intermunicipal de Leiria.

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