Desânimo: Velha Guarda Coimbra fez única apresentação em SP

Por Odair Sene Do Jornal Mundo Lusíada

Mundo Lusíada

SHOW >> Velha Guarda Coimbra durante a apresentação.

O “Velha Guarda Coimbra” gostaria de ter aproveitado mais sua primeira visita ao Brasil. Em São Paulo, eles estiveram unicamente na Casa Ilha da Madeira. Assim como publicou o Mundo Lusíada na última edição, o grupo, presidido por Álvaro de Jesus, comentou a dificuldade para uma agenda de apresentações na comunidade luso-brasileira. “Eu compreendo que tenha havido algum problema neste aspecto” diz Álvaro.

“O que peço às pessoas é que, quando não conhecerem este ou aquele artista ou grupo, eu aconselhava que visitassem o site onde ele se apresenta, e depois de ter reparado bem naquilo que leram e ouviram, já com conhecimento a cerca daquele artista seja ele qual for, aí poderão avaliar as suas capacidades artísticas” defende, dizendo que no website do grupo, embora feito por ele, consta um pouco de tudo sobre o trabalho desenvolvido e os sentimentos que envolvem sua história como humanismo e valores culturais.

Questionado pelo Mundo Lusíada se dirigentes de São Paulo haviam avaliado de forma negativa os visitantes, Álvaro de Jesus afirmou que não houve avaliação. “Eu diria que não tinham conhecimento de causa, não conheciam o grupo.

Se for indicado um site do grupo, por favor, abram a página e vejam quem está lá, o que tocam, o que dizem. É muito mais fácil a partir daí termos outra idéia acerca de quem é quem” desabafa.

Patrocinado unicamente pela Casa de Portugal de Campinas, o grupo agradece a associação e lamenta. “Lamentamos porque adoraríamos muito ir à Porto Alegre, Recife, Salvador, Rio de Janeiro, subir ao Cristo Redentor que é uma paixão, à São Paulo e à Casa de Portugal que é linda, localizada na Avenida Liberdade, como no ABC e Litoral de São Paulo. Mas, não foi possível”.

Primeira visita “É a primeira vez e estou muito feliz por ter vindo ao Brasil porque é um sonho antigo que tornei realidade. A Casa de Portugal de Campinas, fazendo suas bodas de ouro dia 28 de março, e através do nosso amigo Euripedes Barroso, nos pediu para virmos” disse Álvaro de Jesus. O grupo ainda se apresetou no Real Palm Plaza em Campinas, em um restaurante e um bar de Campinas, também marcaram presença na Unicamp numa apresentação instrumental aos alunos da disciplina de música, e encerrou sua visita na Casa de Portugal de Campinas, no último 13 de abril. “Nós sendo unidos, pela língua e laços históricos, somos irmãos e portanto vimos com muito agrado, e viremos sempre que formos solicitados”.

Velha Guarda Coimbra é uma associação artística e cultural, há anos em Portugal, apesar de existir juridicamente desde 2002. Composto por 5 músicos, o grupo é formado pelo prof. Francisco Dias e prof. José Paulo (guitarras de Coimbra), Vitor Morgado (viola), Joaquim de Matos e Álvaro de Jesus (cantores). Depois de dois CDs gravados, o grupo lança este mês um DVD com imagens da cidade portuguesa e temas cantados nos “sítios mais lindos de Coimbra”.Este grupo apaixonado pela música típica de Coimbra já soma 35 anos de história, onde há “muita experiência, muito saber e muito amor à Coimbra” garantem os músicos.

“É este amor à Coimbra, como à nossa Academia, que nós temos levado à toda Europa central, África, Canadá, Estados Unidos, Austrália e agora ao Brasil”.

Grupo Velha Guarda retifica notícia

Da redação, 29 de abril de 2008

O diretor responsável pelo Grupo Velha Guarda Coimbra, Álvaro de Jesus, após receber o Mundo Lusíada em Portugal, retificou informação sobre a visita ao Brasil. Segundo ele, o Velha Guarda, em representação de Coimbra e de sua Universidade, trouxe nesta visita, ofertas da Reitoria e da própria Prefeitura, Universidade que, diga-se, já fez a vetusta idade de 718 anos em 01 de março passado (01 de março de 1290 foi sua criação, por El-Rei D. Dinis), – “acho que merecíamos um pouquinho mais… né?” – disse em referência a acolhida pouco receptiva de alguns líderes associativos ligados às casas lusas de São Paulo.

Depois, segue o diretor: “há toda uma vivência romântico-artística, própria da Academia de Coimbra, que qualquer português ainda retém; mesmo que se encontre longe de seu torrão natal”, completou com esperança de retornar em “melhores condições”, em agosto de 2009.

O público que acompanhou o sofrimento do agente Eurípedes Barroso ao tentar agendar eventos do Velha Guarda em São Paulo, assunto retratado aqui no Mundo Lusíada, não faz idéia da dificuldade e do resultado obtido. Para se ter uma noção mínima, o único evento que teve status de show em São Paulo, com público para assistir à apresentação, foi na Casa Ilha da Madeira, pelo qual o ganho não chegou a míseros R$ 200,00. Isso porque se trata de grupo característico, vindo da terra do fado e com toda a originalidade da Universidade de Coimbra.

Dos males o menor – por outro lado, a Casa de Portugal de Campinas ofereceu voluntariamente mil euros por cada uma das duas apresentações, de 28 de março e 12 de abril. Pelo valor cultural demonstrado pela instituição de Campinas, o grupo diz ter-se sentido muitíssimo reconhecido pela sociedade luso-campineira.

A retificação solicitada ao jornal não foi em relação a escassez dos interesses. Álvaro de Jesus disse que após a apresentação na Casa Ilha da Madeira, o grupo esteve visitando a Associação Portuguesa de Desportos e a Casa de Portugal de São Paulo. Álvaro referiu que na Casa Ilha da Madeira teve contatos com pessoas como o Albino, o David Abrantes de Carvalho, depois com o presidente Júlio Rodrigues, da Casa de Portugal, dos quais recebeu incentivos pessoais para um retorno mais promissor à São Paulo.

A critica As casas portuguesas bem poderiam ter visão mais apuradas e só ganhariam com isso. Agendando um jantar em uma sexta-feira, num sábado, numa quinta, não importa; venderiam convites do jantar como numa noite de fados com atração vinda diretamente de Coimbra. Teriam prejuízo? Jamais!

Ao contrário, entre as casas de São Paulo, Grande ABC e Baixada, apesar dos insistentes contatos do agente, desde janeiro até abril, o que se arrumou foi um aluguel de espaço com direito a bilheteria – ficou feio – muito feio. Mas nada que não tenha concerto.

Para saber mais sobre o Velha Guarda Coimbrã, acesse o site: www.velhaguarda.com

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