CCLB marca o Dia de Portugal com inovações

Por Vanessa Sene Mundo Lusíada

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>> Fernando Capez fala durante sessão solene em homenagem ao Dia de Portugal, Camões e Comunidades.

Foi em 07 de junho que a comunidade portuguesa se reuniu para a solenidade do Dia de Portugal, Camões e Comunidades Portuguesas, na Assembléia Legislativa de São Paulo. Segundo o presidente do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira (CCLB), Antonio de Almeida e Silva, a intenção para este ano foi inovar e evitar sessões cansativas. "Eu estava temeroso no começo mas posso dizer que no final fiquei muito feliz com o resultado. Acho que temos que inventar mesmo" diz Antonio de Almeida e Silva, destacando inovações mas sem esquecer as tradições. "É como um grupo folclórico, tem que ser fiel à tradição, mas para o público brasileiro temos que falar a linguagem deles e inventar um pouco para estar mais próximo da platéia".

Nesta sessão solene, os convidados assistiram a uma declamação de poemas, em meio aos pronunciamentos da noite, seguida de uma curta apresentação teatral, e ao final as homenagens da noite. O evento foi encerrado com coquetel. "Tivemos algumas atrações no sentido de chamar atenção para nossa cultura de maneira mais dinâmica" diz Almeida e Silva, citando que esta foi uma das sessões que mais recebeu público nos últimos anos. "Em 2007, tivemos uma apresentação do João Carlos Martins, uma coisa histórica com a Casa de Portugal lotada, confesso que chorei de emoção aquele dia. Mas hoje foi também inovador. No Dia de Portugal, nós vamos investir para que seja, sem perder a reverência que a data merece, tentar fazer algo que chame atenção e coloque em evidência Portugal, Camões e as Comunidades".

O presidente do CCLB também recebeu elogios após o discurso do orador da noite, o poeta Álvaro Alves de Faria. "Ele falou o que quis com muita sinceridade. Percebemos que é um homem sofrido. E muitos convidados vieram me cumprimentar pelo orador, porque a comunidade sempre foi muito conservadora".

Este ano, o Conselho da Comunidade recebeu diversas sugestões para as homenagens. Mas a partir do próximo ano, o CCLB vai promover uma Assembléia Geral para a escolha dos homenageados, tanto para o 22 de Abril (Dia da Comunidade Luso-Brasileira) quanto para o 10 de Junho (Dia de Portugal, Camões e Comunidades Portuguesas). "No próximo ano, vamos fazer uma assembléia aberta ao público, para escolher os homenageados. Esta vai ser mais uma inovação". As raízes portuguesas na Assembléia Legislativa O Dia de Portugal, Camões e Comunidades Portuguesas, comemorado oficialmente todo dia 10 de Junho entre os portugueses da diáspora, foi mais uma vez promovido numa sessão solene em São Paulo, por iniciativa do deputado estadual Fernando Capez, e do CCLB, órgão presidido por Antonio de Almeida e Silva.

O evento contou com a presença do Secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto, de Almiro Afonso representando o governador de SP Alberto Goldman, além do deputado Arnaldo Faria de Sá, do cônsul-geral de Portugal em São Paulo, José Guilherme Queiroz de Ataíde, e muitos convidados e dirigentes associativos luso-brasileiros.

O deputado Fernando Capez iniciou a sessão falando da morte do maior poeta português, atribuindo um sentimento de patriotismo à data. "O próprio Camões era um grande aventureiro" disse Capez, continuando sobre a saga portuguesa em outras terras, e citando a integralidade do território brasileiro por conta do "espírito empreendedor" do povo português. Para ele, esta é uma das mais justas sessões que o brasileiro poderia fazer.

Em seu pronunciamento, o presidente do CCLB afirmou que o Dia de Portugal não se trata de uma data do passado, e portanto não deve ter uma conotação fúnebre. Mas tem o papel de estabelecer uma "corrente de amor e fé" entre todos os portugueses que tiveram que sair da sua terra. "Este povo não morreu, sobrevivi pelos quatro cantos da terra" afirmou Almeida e Silva, exemplificando com projetos da lusofonia tão presentes nos dias atuais. Já Almiro Afonso disse que se por um lado estava representando o governador do Estado, por outro estava homenageando a si mesmo pelas suas raízes portuguesas. "Estar aqui é estar entre amigos, na minha própria casa", e citou a história da colonização trazendo a América espanhola fracionada, diferente do que ocorreu no Brasil. Por fim, elogiou as iniciativas da comunidade portuguesa. "Parabéns a vocês que trazem na raiz a alma dos nossos antepassados".

Álvaro Alves de Faria fez o discurso de encerramento da noite, o qual foi pautado por elogios à Portugal e algumas críticas ao Brasil. O orador da noite afirmou que esta homenagem será para ele um orgulho que sempre fará parte da sua vida. Sobre a sua relação com Portugal, desde criança, Álvaro Alves de Faria contou que, sem conhecer, chegou a escrever poemas sobre o país. E hoje já somam oito obras lançadas por lá. "Eu sou mesmo um poeta português porque fui à Portugal buscar o que me falta no Brasil" diz Álvaro, país onde conheceu a verdadeira dimensão da poesia. Faria também afirmou que sua ligação com Portugal foge da literatura, já que a sua família vive hoje na região de Anadia, e que tem orgulho de ser chamado "poeta português".

O evento foi iniciado com os hinos de Brasil e Portugal tocados pela banda da Polícia Militar, e foi transmitido pela TV Assembléia, no sábado seguinte. Contou ainda com a apresentação da Cia. ao Pé da Letra, e com uma curta apresentação teatral do Grupo Dragão 7, uma adaptação da peça "Inês de Castro, até o fim do mundo". Ao final, os convidados seguiram para um coquetel.

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