Chineses, os turistas que mais gastam em Portugal

Mundo Lusíada
Com Lusa

Em 2017, o número de chineses que visitaram Portugal cresceu 40,7%, para 256.735, segundo dados oficiais.

Os chineses, com um valor médio de compras de 642 euros/dia, são os turistas que mais gastam em Portugal, seguidos pelos norte-americanos (506 euros) e angolanos (252 euros), segundo a informação disponibilizada pelos responsáveis do Summit Shopping, Tourism & Economy Lisbon 2018.

De acordo com a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, o Governo quer duplicar a receita proveniente do turismo no prazo de dez anos, apostando na “autenticidade e na hospitalidade” da oferta nacional.

“Os números são ótimos, quase que não podíamos ambicionar melhor receita em 2017, está a crescer ao dobro do ritmo da procura turística. O objetivo é duplicar a receita em dez anos”, disse Ana Mendes Godinho, durante a sua intervenção no evento.

O Governo tem como prioridades “crescer em valor”, chegando “aos mercados que voam nas diversas alturas do ano”, não perdendo ativos como a “autenticidade e hospitalidade” sublinhou.

“Não podemos baixar os braços, nem diminuir a energia com que estamos a trabalhar. Os nossos desafios têm sido trabalhar muito a nível das ligações aéreas para garantir que estamos ligados ao mundo, facilitar os vistos, trabalhar ao nível dos sistemas de pagamento e tentar captar investimento de luxo para Portugal”, referiu.

Ana Mendes Godinho defendeu ainda que a ambição é “liderar o turismo” mundial, tendo como lema: “Cada vez que alguém no mundo pense em turismo, pense em Portugal”.

 

O evento em Lisboa pretende analisar a situação atual do turismo de qualidade e de compras em Portugal, “o país europeu que mais cresceu em ‘tax free shopping’ em 2017, ao registrar um aumento de 36%, com os turistas extracomunitários a gastarem num dia de compras o mesmo que os europeus numa semana”, segundo a organização.

Novo Consulado

A rede diplomática portuguesa também reforçará “muito em breve” a presença na China com a abertura de um consulado em Cantão, a terceira maior cidade da China.

“Está para muito breve”, afirmou Sobral Cordeiro, que já apresentou as credenciais junto das autoridades chinesas e aguarda agora a conclusão das obras para inaugurar as novas instalações.

Trata-se do terceiro consulado de Portugal na China continental, depois de Pequim e Xangai, e terá como área de jurisdição as províncias de Guangdong, Hainan, Hunan, Fujian e a Região Autónoma de Guangxi.

Localizado a cerca de 150 quilômetros de Macau, Cantão é a capital da província de Guangdong, sul da China.

Com quase 110 milhões de habitantes, Guandong é a província chinesa que mais exporta e foi a primeira a beneficiar da política de Reforma e Abertura adotada pelo país no final dos anos 1970, contando com três das seis Zonas Econômicas Especiais da China – Shenzhen, Shantou e Zhuhai.

Foi também ali que, em 1513, os portugueses se tornaram os primeiros europeus a chegar à China pela via marítima, numa frota comandada pelo explorador Jorge Álvares. Em 1517, o diplomata português Tomé Pires chegou a Cantão, enviado pelo rei de Portugal, tornando-se o primeiro chefe de uma missão diplomática de uma nação europeia no país asiático.

Portugal conta ainda com nove centros de emissão de vistos na China, distribuídos pelas cidades de Pequim, Xangai, Hangzhou, Nanjing, Chengdu, Shenyang, Wuhan, Fuzhou e Cantão, e um consulado-geral em Macau, região semiautônoma chinesa outrora administrada por Lisboa.

A abertura do novo consulado surge numa altura em que as relações entre os dois países atravessam uma “era dourada”, segundo as autoridades de ambos os lados.

Segunda maior economia mundial, a seguir aos Estados Unidos, a China tornou-se, nos últimos anos, um dos principais investidores em Portugal, comprando participações em grandes empresas das áreas da energia, seguros, saúde e banca, enquanto centenas de particulares chineses compraram casa em Portugal com os vistos ‘gold’.

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