10 Junho: Presidente Marcelo promete voltar à África do Sul antes do fim do mandato

Da Redação com agência Lusa

Neste 07 junho, o Presidente de Portugal prometeu, perante centenas de emigrantes portugueses em Joanesburgo, voltar mais uma vez à África do Sul antes do fim do seu mandato, que termina em março de 2026.

Marcelo Rebelo de Sousa falava num almoço-convívio na União Cultural Desportiva e Recreativa de Joanesburgo, em que também discursou o primeiro-ministro, António Costa, inserido nas comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

Na sua intervenção, o chefe de Estado transmitiu aos portugueses e lusodescendentes que o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, com quem se reuniu na terça-feira, lhe manifestou preocupação com a segurança e lhe comunicou que “vai encontrar-se com os representantes das comunidades portuguesas” na África do Sul.

Pela sua parte, Marcelo Rebelo de Sousa fez saber que, antes de regressar a Portugal, na quinta-feira, irá encontrar-se com cinco famílias de portugueses que foram vítimas de crimes.

“Essa é uma preocupação do Presidente da África do Sul, e é bom que isso fique claro, porque nós agradecemos à África do Sul por receber as nossas comunidades aqui, mas também eles agradecem e devem agradecer muito aquilo que nós temos feito pela África do Sul, cá, portugueses, muito, muito”, considerou.

Nesta ocasião, o Presidente da República reiterou a mensagem de que os portugueses querem ficar na África do Sul: “Nós viemos para aqui, estamos felizes aqui, estamos gratos aqui, e estamos para ficar”.

“E eu prometo até ao final do meu mandato ainda voltar mais uma vez à África do Sul e a Joanesburgo, e quero vê-los a todos e a todas”, acrescentou.

No pavilhão da União Cultural Desportiva e Recreativa de Joanesburgo havia vários cartazes de associações locais representadas neste encontro, num dos quais se lia “poucos e bons”. O chefe de Estado contrapôs: “Somos muitos e bons”.

“O primeiro-ministro e eu depois vamos visitar todos estes grupos e todas estas casas, e não vai ficar ninguém sem uma ‘selfie’, do primeiro-ministro e minha. Nós dividimo-nos: ele começa pela esquerda, que é natural, eu começo pela direita, depois eu volto pela esquerda, ele volta pela direita”, declarou.

Marcelo Rebelo de Sousa realçou que estavam neste encontro, além do primeiro-ministro e do Presidente da República, dois ministros, dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, o presidente do Governo Regional da Madeira, deputados de PS, PSD, Chega, Iniciativa Liberal e PCP, chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, chefe do Estado-Maior da Armada, presidentes da Comunidade Intermunicipal do Douro e da Câmara Municipal do Peso da Régua.

No fim do seu discurso, o chefe de Estado condecorou Elias de Sousa, que foi cônsul honorário em Durban, e a Academia do Bacalhau de Joanesburgo.

Consulado

Já o primeiro-ministro fez hoje, perante a comunidade portuguesa de Joanesburgo, uma espécie de balanço sobre as medidas tomadas pelos seus governos para ampliar direitos dos emigrantes e assinalou que entra em funcionamento o consulado virtual.

O líder do executivo português deixou apenas uma mensagem de caráter político ao lembrar que o atual presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, foi eleito [deputado do PS] pela emigração, mais precisamente pelo círculo eleitoral Fora da Europa. Uma breve passagem em que também referiu que o próprio Presidente da República é também eleito pelos portugueses residentes fora do território nacional.

De resto, o discurso do primeiro-ministro destinou-se a procurar evidenciar as medidas dos seus governos em relação às comunidades portuguesas, destacando, então, que, no dia 10 de Junho, entrará em funcionamento o consulado virtual – medida que já anunciara no início desta semana em Luanda.

“Temos sempre de procurar fazer mais e melhor para estarmos cada vez mais próximos de cada um de vós. Esse esforço é feito em primeira linha pelos cônsules e pelos embaixadores. Mas hoje as tecnologias permitem-nos cada vez mais estar mais próximos uns dos outros mesmo à distância”, referiu.

No seu discurso, perante centenas de emigrantes, António Costa agradeceu aos membros da comunidade portuguesa a forma “como os dias honram e prestigiam Portugal”.

“Constituem a verdadeira ponte para este país que é uma das grandes potências da África e à escala global”, disse, antes de referir que as comemorações do 10 de Junho, em Joanesburgo e Pretória, foram adiadas alguns anos por causa da pandemia da covid-19.

Na sua intervenção, referiu medidas tomadas pelos seus governos de facilitar o acesso à nacionalidade, mesmo para netos de portugueses, e as alterações à lei do recenseamento, esta última facilitando o direito de voto.

“O recenseamento passou a ser automático e, portanto, todos os que têm nacionalidade portuguesa estão recenseados e podem participar nas eleições para a Assembleia da República e para o Presidente da República”, assinalou ainda.

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