Onde se apela à Solidariedade Portuguesa

É do conhecimento geral que Portugal está a passar por uma das piores crises de sempre, fruto do despesismo, políticas erradas, e mau uso de verbas comunitárias.

Mas, como na política não há responsáveis, e mesmo que houvesse, de nada servia para minimizar o sofrimento do povo, o único meio que existe é recorrer à solidariedade.

Acontece, porém, que a classe média, que em regra é a mais generosa, está, em grande parte, desmantelada, devido ao desemprego, e à subida desenfreada de preços e impostos, aliado à redução de salários.

Assim as instituições que minimizam e suavizam as dificuldades dos que caiem na miséria, vêem-se em tremendas dificuldades para acudirem àqueles, que em desespero, pedem-lhes pão, para si e seus filhos.

A Caritas Portuguesa, onde escasseiam donativos e crescem pedidos de socorro, encontra-se aflita para atender todos que recorrem a seu auxílio.

A situação de muitos, já não é apenas perda de abrigo para dormirem, nem pagarem os empréstimos em que se enredaram, mas encontrarem o pão de cada dia, que permita obterem refeições quentes, e géneros para as poderem confeccionarem.

O mais dramático é saber, que grande parte deles, eram, até então, famílias que viviam desafogadamente e, muitas, com elevados graus acadêmicos.

Julgo que chegou o momento de todos os portugueses, tanto os que vivem na sua Pátria, como no estrangeiro, de cerrarem fileiras e ajudarem os patrícios.

É o momento dos numerosos clubes e associações das colônias portuguesas espalhadas pelo mundo, realizarem peditórios, a fim de angariarem donativos para instituições de beneficência que trabalhem em Portugal.

É o momento, também, dos nossos jogadores de futebol, que são dos melhores do mundo, não esquecerem que seus irmãos, que falam a mesma língua, carecem de auxílio, entregando prêmios que recebam da Seleção Portuguesa, a obras de assistência.

O fato de serem escolhidos para representarem Portugal, já é uma honra.

Se todos, inclusive os que escolheram Portugal, como sua segunda Pátria, contribuírem, através de associações, Igrejas ou diretamente, mesmo com pequenas quantias, a crise que desabou no nosso País, e que se vai manter, pelo menos dois anos, apesar do notório esforço do Estado em minimizar o gravíssimo problema, será mais suave.

Anos há estive em São Paulo, em casa de família judia. A conversa encaminhou-se para o fato de não haver pedintes de origem hebraica e logo me disseram: – “ É que nenhum judeu, de raça e religião, permite que o irmão passe fome. Seria uma vergonha para nós!”

Que os portugueses, espalhados pelo mundo, sigam o bom exemplo do bom povo de Israel.

 

 

Por Humberto Pinho da Silva
De Portugal

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