Celebramos em 10 de Junho o dia de Portugal, de Camões e das comunidades Portuguesas.
Esta celebração ocorre num momento particularmente difícil para o nosso país em face de todas as medidas tomadas pelo governo no sentido de colocar Portugal no rumo certo do desenvolvimento sustentável, do crescimento e da geração de emprego.
Nenhum processo de ajustamento é fácil ou é realizado sem pesados sacrifícios, no entanto, também temos a verdadeira noção de que, realizados os ajustes necessários, virão em seguida períodos de franco desenvolvimento.
Estou plenamente consciente dos sacrifícios impostos ao nosso povo, mas também sou daqueles que acreditam nos resultados a alcançar.
Os portugueses sempre foram um povo de fé e é com essa fé que esperamos uma breve recuperação de nossa economia.
As Comunidades Portuguesas acompanham à distância, mas com elevado grau de interesse, tudo que se passa em Portugal pois também são afetadas de alguma forma, uma vez que a redução dos recursos disponíveis implica num necessário reajuste na rede consular, na rede de ensino do português no estrangeiro e no apoio à divulgação da nossa cultura na diáspora. Espero que seja temporário e espero que uma melhor aplicação dos menores recursos possa suprir eventuais reduções em cada programa.
Venho acompanhando com especial atenção o movimento de nossos jovens com elevadas qualificações ou não, em direção ao estrangeiro e me preocupo com isso, no entanto, também não consigo visualizar um risonho futuro para jovens que deram tanto de si, para obterem uma qualificação elevada e que depois se vê como um mero número numa estatística de um qualquer programa de rendimento mínimo.
Sempre defendi que aplicando uma diplomacia económica atuante e devidamente orientada, poderíamos obter em nossas comunidades no estrangeiro, resultados económicos fantásticos, defendo isso desde o início de meu primeiro mandato, no entanto, parece que finalmente acordamos para esse potencial, mas é necessário encará-lo com força, ousadia, coragem e realismo, para daí tirarmos ajuda preciosa para uma mais rápida recuperação de nossa economia nacional.
Já comecei a alertar os membros do governo para o fato de que tão importante quanto os programas para manter os jovens em nosso país, é importante desenvolvermos programas para numa etapa seguinte e que chegará rápido, voltarmos a atrair esses mesmos jovens que se viram forçados a sair e saber aproveitar esse seu novo conhecimento do mundo, para ajudar a desenvolver a nossa economia com a mais valia do seu conhecimento acumulado no exterior.
Os momentos são difíceis, mas Portugal sempre soube ultrapassar tempos difíceis com competência e coragem, apesar de tudo, eu acredito em Portugal e nos Portugueses estejam onde estiverem. Aproveito esta oportunidade e esta data tão marcante para enviar uma saudação muito especial a todos os portugueses espalhados pelo mundo, nossos verdadeiros embaixadores.
Viva Portugal, viva Camões e vivam as Comunidades portuguesas.
Carlos Páscoa
Deputado à Assembleia da República