Certificação do Aeroporto das Lajes e os fluxos turísticos

Por Mónica Rocha

O Grupo Parlamentar do PS/Açores votou a favor do projeto de resolução do CDS que recomenda ao Governo Regional da Região Autónoma dos Açores que promova a divulgação da certificação civil do Aeroporto das Lajes junto de todas as entidades nacionais e internacionais e promova a angariação de novos fluxos turísticos para a ilha Terceira. Todavia, a nossa posição é clara.
A certificação para uso civil do Aeroporto das Lajes é fundamental e encerra um potencial e importância no contexto socioeconómico da ilha Terceira que não devem ser ignorados ou desvalorizados, pois seria ignorar um passado recente conturbado e com contornos interessantes em termos de papéis e responsabilidades.
Seria, igualmente, ignorar os diferentes constrangimentos impostos por parte de diferentes comandos da Base das Lajes que, em diversas ocasiões, chegaram a impedir o acesso à pista.
Seria desconsiderar, também, todo um histórico de não assunção de domínios, de responsabilidades, de papéis e de instrumentos procedimentais fundamentais, que fragilizavam esta estrutura e tudo o que lhe está diretamente associado, e que levaram a uma tomada de posição firme por parte do então Secretário Regional Vítor Fraga, tendo a reivindicação do Governo Regional levado a Secretária de Estado de então, Berta Cabral, a constituir um grupo de trabalho cujas conclusões ainda aguardamos.
Aliás, foi com a assinatura da declaração conjunta do Governo Regional e do Governo da República do Partido Socialista, a 30 de abril de 2016, que, passo a citar: “…o Plano de Revitalização Económica da ilha Terceira, como um documento estratégico e orientador das diversas intervenções nesse domínio, decidiu: a) iniciar o processo de certificação da Base das Lajes como aeroporto para uso civil, definindo medidas e o calendário desse processo, assumindo a prioridade de flexibilização da utilização civil enquanto decorre o processo de certificação…”
Ora, ignorar todo este processo e os seus atores é condicionar, confundir e desinformar os Terceirenses.
Por outro lado, reduzir o desenvolvimento económico ocorrido na Terceira a questões relacionadas com a certificação da pista, que está concluída, aguardando-se apenas a atualização do site da ANAC em abril, desvaloriza o trabalho que tem sido feito, não sendo, por isso, correto nem justo.
Por conseguinte, importa referir que a conquista de mais turismo para a ilha Terceira faz-se complementando diferentes instrumentos e estratégias como, por exemplo, o POTRAA, o plano de marketing e turismo assente num destino único e diferenciado; conquistando novos mercados, através da participação em feiras de especialidade, como a BTL ou a Feira Internacional de Berlim; ou investindo em campanhas promocionais, como a difundida pela Rádio Comercial e a campanha nacional da Sol Trópico. Não sendo, porém, suficientes, votámos a favor deste projeto de resolução, não descurando o trabalho feito pelo Governo Regional quer na complementaridade das diferentes estratégias de promoção e potenciação da ilha Terceira, quer na proatividade que tem tido na resolução de diferentes desafios, muitas vezes alheios à nossa vontade.
Votámos a favor porque é importante reforçar o esforço contínuo de potenciar e alavancar a economia da Terceira, fazendo justiça às pretensões e expetativas dos nossos empresários.
Concluindo, é necessária maior previsibilidade e estabilidade em torno dos voos e dos mercados já conquistados, não desistindo nunca de procurar outros igualmente vantajosos.
Será, certamente, na união de esforços e no compromisso de todas as partes, que teremos mais riqueza, mais sucesso e mais coesão económica e social. A bem da ilha Terceira e dos Açores em geral.

 

Por Mónica Rocha
Deputada PS, ALRAA

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