O largo do Palácio da Vila de Sintra foi pequeno para as centenas de pessoas que assistiram hoje à atuação do grupo percussionista japonês Tachibana Taiko Hibikiza, num espetáculo repleto de tambores, ritmo, som e batidas orientais.
Composto por seis elementos, com idades desde os 9 até aos 60 anos, este grupo produz som com a arte e a mestria do toque dos ancestrais tambores Taiko, instrumento de percussão tradicional do Japão, cuja existência é conhecida desde a pré-história, descobertos em escavações de antigas ruínas japonesas.
As primeiras batidas dos Tachibana Taiko Hibikiza surgiram quando o grupo desceu do Palácio da Vila em direção ao largo onde estava colocado o palco onde iriam atuar. Os seis elementos surgiram então a tocar os tambores e uma flauta, passando por entre a multidão que delirou com a capacidade rítmica do grupo.
Ao fim de uma hora de espetáculo e muito suor à mistura, os elementos do grupo agradeceram os sucessivos aplausos do público e desceram do palco a tocar os tambores, tal como tinham feito no início, saindo em direção ao Palácio da Vila entre a multidão.
"Foi um espetáculo fabuloso. Eles devem ter uma forma física muito boa para conseguir agüentar este ritmo", disse à lusa Lisa Vaz, uma das várias centenas de pessoas que assistiram hoje a este espetáculo de tambores japoneses.
Foi ao ritmo de um som eletrizante que Maria José Vasques descreveu à Lusa as semelhanças deste grupo japonês com os ingleses STOMP, grupo de renome internacional pelas suas performances percussionistas, de onde se destaca o uso de utensílios domésticos na produção de som.
"Fazem lembrar os STOMP, mas são diferentes porque este espetáculo é mais exótico, tem um cunho oriental que eu gosto muito", adiantou esta lisboeta que se deslocou a Sintra propositadamente para assistir a este evento organizado pela embaixada do Japão.
Luís Cabral partilha da mesma opinião e garante que ao contrário dos STOMP, que têm um "cariz mais urbano", os Tachibana Taiko Hibikiza reproduzem um som de "raiz mais tradicional japonesa".
Organizado pela embaixada do Japão em parceria com a Japan Foundation e a Nippon Taiko Foundation, esta é a terceira atuação deste grupo em Portugal, que hoje contou com o apoio da Câmara Municipal de Sintra.
Kasuko Shidomi, presidente da Nippon Taiko Foundation, adiantou à Lusa estar muito contente com a aceitação dos portugueses deste espetáculo, que no Japão conta com 22 mil praticantes.
"O tambor é um dos instrumentos mais antigos do mundo e originalmente eram utilizados como forma de comunicação. Mais tarde, funcionaram como relógios e como também emocionavam as pessoas começaram a ser utilizados para entretenimento há 300 anos nos templos e em festas", referiu a presidente desta fundação.
Para Kasuko Shidomi, o Taiko é uma forma de vida, pois, "mesmo antes de nascermos, o primeiro som que ouvimos é uma batida, a do coração".
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