Portugueses “cumpriram bem” período da Páscoa – comandante-geral

Um elemento da polícia verifica os documentos de uma condutora de um veículo durante uma operação de fiscalização efetuada pela GNR na área de serviço de Vendas Novas da A6, para garantir o cumprimento das regras mais apertadas de circulação durante o período da Páscoa e previstas no estado de emergência devido à covid-19, em Vendas Novas , 09 de abril de 2020. NUNO VEIGA/LUSA

Da Redação
Com Lusa

O comandante-geral da GNR, Luís Botelho Miguel, afirmou que houve “uma aceitação generalizada da população” das medidas de confinamento no período da Páscoa, devido à covid-19, e que os portugueses “cumpriram bem” e “ficaram em casa”.

O responsável teve uma audiência com o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, que chamou a corporação para agradecer o trabalho desenvolvido nas últimas semanas.

“O Presidente chamou-nos para transmitir a gratidão pelo trabalho que os militares da GNR têm desenvolvido no estado de emergência”, disse Luís Botelho Miguel aos jornalistas após a reunião com Marcelo Rebelo de Sousa.

Questionado pelos jornalistas, o comandante-geral disse que apesar de haver militares infetados com covid-19 tal não coloca em causa a operacionalidade da GNR, nem esta está em causa mesmo que a situação do estado de emergência se prolongue no tempo, e disse que não tem havido problemas e que “a população está motivada”.

Em relação ao material de proteção individual Luís Botelho Miguel disse que “os meios são suficientes” e “estão a ser distribuídos de acordo com as necessidades”.

Na operação da semana passada que visou garantir o cumprimento das regras apertadas de circulação durante o período da Páscoa foram detidas 87 pessoas pela PSP e GNR, das quais 15 estavam infectadas com covid-19.

Esta operação teve como principal objetivo vigiar o cumprimento das normas do estado de emergência devido à pandemia, que durante o período da Páscoa teve restrições mais apertadas, nomeadamente a proibição de circulação para fora do concelho da área de residência, exceto nas situações previstas no decreto, como ir trabalhar.

“A operação correu bem muito por conta daquilo que foi, mais uma vez, o comportamento de cidadania da sociedade neste período”, disse aos jornalistas o diretor de operações da Guarda Nacional Republicana (GNR), dando conta que estiveram envolvidos cerca de 35 mil elementos das duas forças de segurança.

Vitor Rodrigues avançou que a GNR realizou 9.565 ações de fiscalização e de sensibilização, das quais resultou o encerramento de 118 estabelecimentos e 21 detenções, uma das quais por violação da obrigação de confinamento.

Por sua vez, a Polícia de Segurança Pública, que atua nas grandes cidades e nas capitais de distrito, realizou 7.400 operações e deteve 66 pessoas durante o período da operação “Páscoa em casa”.

O diretor do departamento de operações da PSP, Luís Elias, afirmou que 14 detenções estiveram relacionadas com a situação de confinamento, frisando que, durante o fim de semana, esta polícia registou “um pico” destas detenções, consideradas as “mais graves no que respeita a situações de confinamento” de pessoas que estão infetadas.

A PSP encerrou também 109 estabelecimentos e efetuou diversas ações de fiscalização rodoviária, em que foram detidas 64 pessoas por estarem a conduzir sem carta.

O diretor de operações da GNR referiu que no próximo dia 17 termina o segundo período do estado de emergência e “tudo leva a crer que será prolongado”, sendo agora fundamental aguardar pelas novas regras.

“Ainda não temos elementos que nos ajudem a decidir qual será a atuação, mas continuaremos a trabalhar no cumprimento da lei”, disse, frisando que a GNR vai adaptar-se “às novas regras”.

Por sua vez, o diretor do departamento de operações da PSP referiu que vão aguardar pela publicação da extensão do período do estado de emergência e por um novo enquadramento legal.

No entanto, sublinhou que “é muito provável que se continue como prioridade a verificação das situações de confinamento, a aglomeração das pessoas em espaços públicos e dos locais fechados, além de todo o processo de acampamento de situações de risco, como violência doméstica.

Portugal, que está em estado de emergência até pelo menos 17 de abril, registra até agora 567 mortos e 17.448 casos de infeção confirmados de covid-19, segundo o balanço da Direção-Geral da Saúde.

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