Portabilidade: Planos de Saúde disputam 6 milhões de clientes

Às vésperas da comemoração de 77 anos de fundação do Centro Trasmontano de São Paulo, o presidente Fernando José Moredo, em entrevista ao Mundo Lusíada, falou sobre a nova empreitada da entidade para 2010, o planejamento para novos investimentos na região da Baixada Santista, e da nova lei da portabilidade.

Por Odair Sene Mundo Lusíada

Divulgação

>> Fernando José Moredo, presidente do Centro Trasmontano de São Paulo.

Os planos de saúde no Brasil atendem um mercado de cerca de 40 milhões de pessoas, um mercado que, em 10 anos, pouco se modificou. A partir de 15 de abril entrou em vigor a nova lei da portabilidade. Isto, segundo a Agência Nacional de Saúde, passa a permitir ao usuário mudar de plano levando consigo as carências já cumpridas. Esse é o princípio da portabilidade de carências dos planos de saúde, regulamentada pela ANS por meio da Resolução Normativa nº 186, de janeiro de 2009.

Os beneficiários de planos individuais de assistência médica com ou sem odontologia e de planos exclusivamente odontológicos contratados a partir de janeiro de 1999 ou adaptados à Lei nº 9.656/98, estão aptos a exercer a portabilidade de carências.

Em entrevista ao jornal Mundo Lusíada, o presidente do Centro Trasmontano de São Paulo, instituição com quase 77 anos no mercado, vê a nova resolução como positiva. “A portabilidade é um esforço principalmente da ANS (Agencia Nacional de Saúde) no sentido de fazer com que haja mais concorrência entre os planos de saúde, forçando as empresas a se aperfeiçoarem no sentido de atender bem e de maneira ágil os associados”.

A portabilidade permite ao associado trocar de empresa, porém, a mudança fica sujeita a certas normas. Dentre elas, o associado só poderá optar pela troca de operadora, no período de 60 dias, correspondente ao aniversário de seu plano; deverá também ter no mínimo 2 anos de contrato se não tiver pré-existente, se tiver, deverá constar no mínimo três anos no seu plano anterior.

O associado também deverá estar rigorosamente em dia com os seus pagamentos antes da mudança de plano, e também não poderá trocar por um plano diferente (terá que ser equivalente). Por exemplo, se paga atualmente R$ 500,00 não poderá passar para um plano de R$ 700,00, deve ser um plano igual ou com menor custo. “Daí a intenção da ANS em baratear o custo para o consumidor”, explica Moredo.

De acordo com o presidente do Trasmontano, este mercado no Brasil atende cerca de 40 milhões de consumidores, um número que estagnou e não sofre grandes alterações há dez anos. “A população cresceu e o número de associados em planos de saúde não cresceu na mesma proporção. A questão da portabilidade vai fazer com que as empresas se aprimorem mais no sentido de atender melhor aos associados e prestar melhores serviços”, defende. “Se tiver que enfrentar essa concorrência, que com certeza haverá, muitas empresas sairão ganhando porque vão crescer e muitas sairão perdendo porque vão encolher, quando um ganha o outro perde. E como temos um mercado que há mais de 10 anos não se altera, desses 40 milhões, cerca de 6 milhões têm direito a portabilidade e vão ser disputados pelos planos que prestarem melhores serviços. Então o Trasmontano vê isso de uma maneira positiva porque nós pretendemos prestar cada vez melhores serviços”.

Há mais de sete décadas em atividade, o Centro Trasmontano de São Paulo também festeja a significativa queda na faixa etária do seu quadro associativo. “A nossa carteira era, até algum tempo atrás, bastante envelhecida. Nós tínhamos 62% de pessoas acima de 60 anos, e hoje esse percentual caiu para 56%. Houve um ganho de seis pontos percentuais em termos de volume de associados com menos de 60 anos. Portanto houve uma melhora, oxigenou-se o plano, hoje temos muitos associados novos que são mais jovens, graças ao trabalho que vem sendo feito”.

O Trasmontano, irá inaugurar a terceira torre do Hospital IGESP, acontecimento que deve ser destaque nas comemorações do 77º aniversário de fundação, no final do mês de maio. Esses avanços alicerçados a outros mecanismos funcionais e mercadológicos devem garantir maior fidelização do associado, segundo expectativa de Fernando José Moredo, que participou no último dia 28 de abril como palestrante de um evento em São Paulo, no qual esteve em debate justamente a portabilidade para planos de saúde.

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