Papa sai “mais português” do país

Do Jornal Mundo LusíadaCom Lusa

PAULO CUNHA/POOL/LUSA

>> Presidente Português, Cavaco Silva, participa da tradicional celebração anual da aparição de N.Senhora no Santuário de Fátima celebrado pelo Papa Bento XVI, 13 de Maio de 2010.

O bispo auxiliar de Lisboa Carlos Azevedo afirmou, em 13 de maio, que o papa sai “mais português” do país, considerando que Bento XVI tem transmitido "gestos de humanidade fortes” e que há um "entusiasmo crescente" com a visita.

“Portugal está de parabéns, até agora, na forma como correspondeu, como veio à rua, como em todos os lugares demonstrou o seu calor [a Bento XVI] e penso que o papa sai daqui mais português”, disse aos jornalistas no final da celebrações do 13 de Maio no santuário de Fátima.

Questionado se a imagem do papa em Portugal vai mudar após esta visita, Carlos Azevedo disse que “não há nada como a proximidade do pastor com o seu rebanho para que se conheçam melhor”. “Muitas vezes fazemos passar imagens que não são aquelas verdadeiras e quando estamos com alguém que tem gestos de humanidade tão fortes, isso mexe conosco”, declarou.

O bispo, que é também o coordenador da visita do papa a Portugal, destacou "a forma como Bento XVI quebra mesmo os limites da segurança para se aproximar das pessoas". "É esse coração pastoral que podemos pressentir”, afirmou, considerando que houve um “entusiasmo crescente” entre os portugueses em relação à visita do Papa.

A visita de Bento XVI a Fátima celebra o centenário do nascimento da beata Jacinta e o décimo aniversário da sua beatificação e do seu irmão, Francisco, dos três Pastorinhos.Após ter presidido às celebrações do 13 de Maio no santuário de Fátima, Bento XVI regressou à Casa de Nossa Senhora do Carmo para almoçar com bispos portugueses. O papa celebrou uma missa para 350 mil a 400 mil pessoas, segundo dados do santuário, e no final fez saudações aos peregrinos em vários idiomas, recebendo aplausos dos fiéis de várias nacionalidades.

Sinal de esperançaO Presidente da República, Cavaco Silva, disse esperar que a visita do Papa a Portugal seja aproveitada como um sinal de esperança, confiança, e como um estímulo para o futuro. "O povo português precisa, em primeiro lugar, de confiança em si próprio, nas suas próprias capacidades, nas suas capacidades para vencer os obstáculos", afirmou Cavaco Silva aos jornalistas à saída da Casa Retiro de Nossa Senhora das Dores, em Fátima.E acrescentou que a visita de um Papa a um país com uma tradição católica como a portuguesa pode deixar "um estímulo para o futuro e uma capacidade para ultrapassar as dificuldades".

O presidente Cavaco Silva, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, assistiram também às celebrações. Na sequência, Bento XVI visitou os túmulos da irmã Lúcia e de Jacinta e Francisco Marto, acompanhado pelo bispo de Leiria-Fátima, António Marto, e pelo secretário de Estado do Vaticano, Tarcisio Bertone.

Neste dia, Bento XVI discursou para os bispos portugueses, quase três anos depois de lhes ter dirigido críticas relacionadas com a "organização da comunidade eclesial" e a "mentalidade dos seus membros". Em novembro de 2007, Bento XVI fez um discurso duro junto do episcopado na visita Ad limina ao Vaticano, exigindo uma mudança do “estilo de organização da comunidade eclesial portuguesa e a mentalidade dos seus membros para se ter uma Igreja ao ritmo do Concílio Vaticano II”.

No discurso, o papa pediu para serem verificados os “percursos de iniciação atuais” do ensino católico de modo a combater o número crescente de cristãos não praticantes nas dioceses portuguesas.

Ele ainda encontrou-se com as organizações da Pastoral Social, na Igreja da Santíssima Trindade, que começa com uma saudação do presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, Carlos Azevedo, seguindo-se um discurso de Bento XVI. Isabel Jonet, presidente do Banco Alimentar Contra a Fome, também participou da cerimônia, além da presença da ministra da Saúde, Ana Jorge, do presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, do presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social, Lino Maia e do presidente da União das Misericórdias, Manuel Lemos.O papa regressou a Roma na sexta feira, dia 14, a partir do Porto.

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