OMS: Pessoas vacinadas podem eventualmente transmitir o novo coronavírus

Da Redação

Nesta sexta-feira, a cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) admitiu que pessoas vacinadas contra a covid-19 podem eventualmente transmitir o novo coronavírus, porque podem ficar infectadas ainda que não fiquem doentes.

Soumya Swaminathan, médica e cientista indiana, “não é claro” se as vacinas para a covid-19, já autorizadas e administradas em diversos países, incluindo Portugal, previnem a infecção pelo coronavírus SARS-CoV-2, na origem da doença respiratória, sendo necessários mais estudos.

“Pode haver infecção, mas uma carga viral inferior”, disse Soumya Swaminathan, alertando para a importância de as pessoas, mesmo vacinadas, continuarem a adotar medidas de proteção, como o uso de máscara, o distanciamento físico e a lavagem frequente das mãos, pois “podem eventualmente transmitir o vírus” apesar de não ficarem doentes.

A cientista-chefe sublinhou que os ensaios clínicos revelaram “uma clara proteção” das vacinas contra a doença grave.

Origem do vírus

O diretor da OMS, Thedros Ghebreyesus, disse ainda que, após a missão de especialistas na China, todas as opções estão em aberto para explicar a origem do novo coronavírus.

“Quero confirmar que todas as hipóteses permanecem em aberto e requerem mais análise e estudo”, disse Bhebreyesus, numa conferência de imprensa em Genebra, negando assim a mensagem que tinha sido passada pelos especialistas, numa conferência de imprensa em Wuhan, onde tinham descartado a hipótese de o vírus ter tido origem num laboratório.

Essa hipótese tinha sido repetida várias vezes pelo ex-Presidente dos EUA, Donald Trump, que atribuiu responsabilidades ao Governo de Pequim pela incapacidade de travar a pandemia de covid-19 na sua fase inicial e pediu à OMS um esclarecimento cabal sobre a origem do vírus.

Neste dia 12, Ghebreyesus disse que a recente missão de especialistas na China “não encontrou todas as respostas, mas forneceu informações importantes” que “aproximam do conhecimento da origem do vírus”.

O diretor da OMS explicou que a missão – formada por especialistas de 10 países, incluindo EUA, Reino Unido, Alemanha e Rússia – divulgará um relatório preliminar da sua visita na próxima semana, que será ampliado nas próximas semanas e explicado numa nova conferência de imprensa dada pela equipa de especialistas.

Ghebreyesus referiu que a missão – que contou também com especialistas da Organização Mundial da Alimentação (FAO, na sigla em inglês) e da Organização para a Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês) – decorreu “em circunstâncias muito difíceis”, pelo que agradeceu o empenho aos seus membros.

Presente na conferência de imprensa de hoje esteve também Peter Embarek, que chefiou a equipa de cientistas e que disse que a missão “conseguiu muitos sucessos”.

“Temos agora uma melhor compreensão do que aconteceu em 2019”, disse Embarek, salientando que esta iniciativa foi apenas “o início” do processo de investigações sobre a origem do novo coronavírus.

A pandemia da covid-19 provocou, pelo menos, 2.368.493 mortos no mundo, resultantes de mais de 107,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência noticiosa francesa AFP.

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