Naufrágio em Roraima deixa quatro mortos e é o terceiro no Brasil em quatro dias

Da Redação
Com agencias

Duas crianças e duas adolescentes morreram após uma canoa virar no último sábado, dia 26, em um braço do Rio Água Boa, a 40 quilômetros do município de Caracaraí, no sul de Roraima. A canoa transportava dez pessoas: três adultos (irmãos) e sete crianças e adolescentes, entre 3 e 14 anos de idade. A família pescava no momento do acidente. Esse é o terceiro grande naufrágio no país em quatro dias.

O Corpo de Bombeiros de Roraima localizou dia 27 os corpos de duas crianças ( de 3 e 4 anos) e de uma adolescente de 14 anos. Uma menina de 12 anos foi socorrida no momento do naufrágio, mas não resistiu.

Segundo a assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros de Roraima, a canoa estava superlotada. Os sobreviventes relataram aos bombeiros que, quando um dos adultos pegou um peixe, as crianças se assustaram, com o movimento, a canoa virou.

Por meio de panfletos, os bombeiros prometem intensificar a conscientização de segurança nas embarcações.

Este é o terceiro acidente grave que ocorre com embarcações no país em menos de quatro dias. Dois acidentes, um em Salvador, na Bahia e outro em Belém, no Pará, chocaram o país na semana passada e serviram para aumentar as estatísticas e chamar atenção para a necessidade de intensificar as medidas de segurança na proteção de quem usa este meio de transporte. Segundo a Marinha do Brasil, de janeiro a agosto deste ano foram registrados 107 naufrágios, contra 95 casos no mesmo período de 2016, um crescimento de 12,63%.

Mais um corpo na Bahia

O Instituto Médico Legal de Santo Antônio de Jesus, na Bahia, confirmou que o corpo encontrado no fim da tarde do dia 27, no mar, é de mais uma vítima do acidente marítimo que ocorreu na manhã do dia 24, durante travessia entre Mar Grande e Salvador. O corpo é de Salvador Souza Santos, de 68 anos, cuja família havia relatado desaparecimento desde o dia do acidente.

Com a confirmação de mais uma vítima, o número oficial de mortos sobe para 19 e os órgãos de resgate devem trabalhar na busca por mais um corpo, porque familiares notificaram o desaparecimento das duas pessoas, até o momento.

O corpo de Salvador Souza Santos foi encontrado a sete quilômetros (km) de distância do local do acidente. No entanto, estava dentro do perímetro de busca dos agentes de resgate, que é de 25 km. Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, após ser levado para o IML de Santo Antônio de Jesus, a família reconheceu o cadáver e uma comparação da impressão digital confirmou a identidade da vítima.

A Marinha autorizou o retorno das travessias entre Mar Grande e Salvador, a partir desta segunda-feira, no entanto, um protesto de moradores da ilha e parentes das vítimas impediu o retorno do serviço. Eles pediram à população que não realizassem a travessia no mesmo tipo de embarcação do acidente, alegando falta de segurança. Mesmo com o fim do protesto, a travessia continua suspensa, sem previsão de retorno.

Irregularidades no Pará

Militares da Marinha retomaram na manhã de 25 de agosto os trabalhos para tentar trazer à tona o barco Capitão Ribeiro, que naufragou dia 21, no Rio Xingu, entre os municípios de Senador José Porfírio e Porto de Moz, no Pará.

O Navio Patrulha Bocaina, de 47 metros de comprimento e 3 metros de calado, e uma lancha com mergulhadores foram deslocados para o local a fim de auxiliar na operação de buscas e salvamento e nos esforços de reflutuação da embarcação acidentada. Só da Marinha estão sendo empregados cerca de 70 militares nas ações de buscas às vítimas e apoio à segurança naval.

Em nota, o Comando do 4º Distrito Naval informou que os responsáveis pelo barco Capitão Ribeiro cometeram ao menos duas irregularidades antes da embarcação afundar por motivos que ainda estão sendo apurados.

Na documentação que entregou às autoridades navais, ainda em Santarém (PA), o responsável pelo barco informou que havia apenas dois passageiros a bordo. O número exato de pessoas que estavam no navio na hora do acidente ainda é incerto, mas, até a tarde de quinta-feira (24), o número de mortos já chegava a 21, segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup). As equipes de salvamento conseguiram resgatar 23 pessoas com vida e pelo menos mais cinco eram dadas como desaparecidas.

O comando também revelou que os responsáveis pelo Capitão Ribeiro tinham informado que viajariam apenas de Santarém a Prainha, um trajeto de cerca de 170 quilômetros. No entanto, a embarcação acabou prosseguindo com destino a Vitória Xingu, a quase 500 quilômetros do local de partida, em desacordo com o Despacho de Saída emitida pela Capitania dos Portos, válido até 20 de outubro.

A Marinha voltou a esclarecer que as autorizações para concessões de linhas hidroviárias não são fornecidas pelas capitanias dos Portos. Segundo a Agência Estadual de Regulação e Controle de Serviços Públicos (Arcon-PA), a embarcação não estava legalizada junto à agência e fazia o transporte de passageiros de forma clandestina.

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