Festival de marcas promove comércio na Cidade do Rock

Ígor Lopes | De Lisboa para Mundo Lusíada

O investimento do Rock In Rio-Lisboa rondou os cerca de 25 milhões de euros, este ano, algo em torno de 75 milhões de reais. Mas, atualmente, os números parecem mostrar que o evento já está a dar retorno. No primeiro fim-de-semana do festival, aproximadamente 110 mil pessoas visitaram o parque da Bela Vista. Somente no primeiro dia de espetáculos, a organização contabilizou 90 mil visitantes. No segundo, a expectativa era a de que 40 mil pessoas visitassem o local, mas, números oficiais da organização, deram conta de 50 mil pessoas. Mas o que se esperava ser um festival de música, assume também características bem comerciais. O marketing foi bem pensado. A divulgação do evento foi feita através de todos meios, desde a imprensa a televisão e rádio. Até mesmo os patrocinadores oficiais da versão portuguesa do Rock In Rio estão aproveitam a ocasião para rentabilizar a sua ligação ao festival. Divididos em espaços, cada “sponsor” divulga a sua marca, seguindo critérios de acordo com a mensagem do festival, que, inicialmente, prende-se a uma boa causa. Uma famosa marca de chicletes proporciona entretenimento ao público com um pequeno jogo de futebol. Uma marca de desodorantes faz um concurso ente os homens para escolher um galã para a sua próxima campanha publicitária. Uma das três operadoras de telemóveis de Portugal faz concursos para dar aparelhos, além de proporcionar chamadas gratuitas. A marca de cerveja oficial do evento criou um novo produto, que tem como “rosto” a cantora Ivete Sangalo. No seu local de divulgação, foi montada uma ilha e, num ambiente bem brasileiro, decorrem apresentações de alguns grupos que se baseiam nos ritmos do Brasil e latino. Outras marcas oferecem várias atracões, além da distribuição de brindes, como bolsas, abanadores, canetas, bonés, insufláveis, bolas, pulseiras, entre muitos outros. Um ônibus estacionado no recinto, garante o acesso gratuito à Internet. As vendas têm lugar garantido também nos Centros Comerciais montados por toda a extensão da Cidade do Rock, onde estão representadas várias marcas. Outra fonte de rendimento são as vendas dos produtos oficiais da marca Rock In Rio. Para além de pagar 53 euros por cada dia de música, quem quiser levar uma recordação para casa pode ter que pagar 30 euros por um boné ou por uma camisa do festival, entre outros produtos. E para quebrar a resistência economicista do mais desconfiado fã da música, há uma tenda, localizada estrategicamente na saída do recinto, que oferece lembranças com a marca do RRL. É por “Um Mundo Melhor” que o Rock In Rio transforma a oferta de espetáculos em um verdadeiro espaço de divulgação de marcas e produtos envolvidos na base financeira desse projeto. Mas a festa parece ser positiva, já que a alegria dos visitantes está estampada na cara de cada um, através do seu sorriso e da sua emoção ao ver os seus ídolos em cima dos palcos do festival.

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: