Da Redação
Com Lusa
A cidade de Pequim vai voltar a fechar todas as suas escolas e universidades, segundo autoridades locais, após um recrudescimento dos casos do novo coronavírus na capital chinesa.
A vice-secretária-geral do governo municipal de Pequim, Chin Bei, disse numa conferência de imprensa que a cidade passa agora do terceiro para o segundo nível de emergência, no qual as comunidades de vizinhos vão comprovar a identidade e o estado de saúde dos residentes, assim como medir-lhes a temperatura.
Além da suspensão de todas as aulas presenciais, os residentes são aconselhados ao teletrabalho e as comunidades em áreas de risco “alto” – com casos confirmados ou que tiveram contato com o mercado onde surgiu o surto – ficam fechadas.
As autoridades pediram também aos habitantes da capital que não saiam da cidade.
Pequim diagnosticou mais de 100 casos da covid-19 desde sexta-feira, após a detecção de um surto no principal mercado abastecedor da capital, fazendo temer uma nova onda de contaminação quando parecia que o país já tinha conseguido conter o vírus.
Um porta-voz da capital chinesa, Xu Hejian, admitiu esta terça-feira que a situação epidêmica em Pequim é “extremamente grave” e que a cidade está numa “corrida contra o tempo”.
Com 21 milhões de habitantes, a cidade aumentou, entretanto, a sua capacidade de triagem diária para mais de 90.000 pessoas.
Carnes frescas e marisco na cidade e em outros lugares da China também estão a ser inspecionados numa tentativa de entender como é que o vírus se espalhou.
Mais de 100.000 funcionários estão encarregados de supervisionar 7.120 comunidades próximas do mercado de Xifandi. Mais de vinte bairros foram colocados sob quarentena, para impedir a disseminação do patógeno entre os 20 milhões de habitantes de Pequim.
As autoridades chinesas repuseram hoje algumas restrições nas viagens de e para Pequim, de forma a evitar que o novo surto de covid-19 se alastre pelo país.
As autoridades também estão a impedir que moradores de áreas consideradas de alto risco saiam de Pequim e os que já saíram devem reportar às agências de saúde locais o mais rapidamente possível.
Táxis e outros serviços de transporte foram proibidos de levar as pessoas para fora da cidade, o número de passageiros em autocarros, comboios e no metro será também limitado e todos os passageiros devem usar máscara.
A China retirou muitas das suas medidas de prevenção depois de o Partido Comunista ter declarado, em março passado, vitória sobre o vírus, que foi detetado pela primeira vez na cidade de Wuhan, no centro da China, no final do ano passado.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse na segunda-feira que acompanha “muito de perto” a situação em Pequim, adiantando estar a considerar enviar especialistas para Pequim nos próximos dias.
O coronavírus que causa a covid-19 apareceu no final de 2019 no centro da China, em Wuhan, antes de se espalhar por todo o planeta.
A pandemia já provocou mais de 436 mil mortos e infetou mais de oito milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência France Presse.
Em Portugal, morreram 1.522 pessoas das 37.336 confirmadas como infectadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.