Câmara de Lisboa reassume manutenção do arvoredo depois de acidente com turistas

Da Redação
Com Lusa

O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, declarou que a manutenção do arvoredo na cidade, uma competência das Juntas de Freguesia, vai voltar a ser exercida pela autarquia lisboeta.

“Os lisboetas têm o direito de se sentir em segurança (…). O que vamos fazer é tornar claro que aquilo que é uma competência da Junta de Freguesia vai voltar a passar para a Câmara. Vamos tomar esta atitude visto que a Junta de Freguesia não quer exercer essa competência e até nega tê-la”, disse Fernando Medina.

O autarca respondia a perguntas sobre o acidente que esta manhã envolveu um ônibus de turismo que bateu numa árvore na Avenida da Liberdade, causando 13 feridos.

Fernando Medina quis “em primeiro lugar lamentar o acidente” e “informar que a Carris abriu um inquérito interno para apurar com rigor as causas” do mesmo.

Quando confrontado com perguntas sobre de quem é a responsabilidade pela manutenção das árvores, o autarca disse que “o quadro legal de Lisboa é muito claro”, mas será mudado.

“A responsabilidade do abate e manutenção do arvoredo naquela zona da cidade é da Junta de Freguesia [de Santo António]. Uma das consequências da descentralização é que quem assume competências tem de as exercer. Se a Junta de Freguesia não quer assumir, a Câmara vai assumir de novo essas competências”, disse o presidente da Câmara de Lisboa.

Um autocarro de turismo, que transportava 23 passageiros, bateu numa árvore que acabou por ser cortada, tendo esta operação tido início pelas 11:25 e terminado cerca das 11:50, o que obrigou ao corte da circulação na Avenida da Liberdade.

Segundo disse à agência Lusa Tiago Lopes, segundo comandante do Regimento de Sapadores Bombeiros, a árvore foi abatida “por questões de segurança” e “por não apresentar a mesma estabilidade que teria antes do acidente”.

De acordo com a mesma fonte, após o embate com a árvore, no sentido ascendente da avenida, dois passageiros (turistas belgas) ficaram encarcerados, mas foram retirados pouco depois e transportados para o hospital de São José.

No conjunto dos 23 passageiros do autocarro de turismo da Carristur havia cidadãos de nacionalidade norte-americana, belga, suíça e britânica.

No total, segundo Tiago Lopes, foram transportados para o hospital de São José oito feridos e cinco outros foram assistidos no local.

Freguesia

Já o presidente da Junta de Freguesia de Santo António (Lisboa) frisou que a árvore onde um autocarro bateu “não estava sinalizada” e, por isso, “não havia necessidade de intervenção”.

“Não havendo um problema técnico concreto, não havia necessidade de intervenção”, frisou o autarca, lembrando que apesar de a reforma administrativa da cidade ter delegado nas Juntas de Freguesia a responsabilidade de manter alguns espaços verdes, o “abate é competência da Câmara”.

Ainda assim, Vasco Morgado admite intervir quando a situação assim o justificar: “quando houver a identificação visível de um problema eu vou lá, corto a árvore e não peço autorização a ninguém”. Agora “os serviços da Junta estão a avaliar se houve falha” da autarquia, para depois “perceber o que será necessário fazer”, precisou o autarca social-democrata.

Ainda segundo ele, pelas informações que lhe foram transmitidas, “o motorista terá guinado para se desviar de um carro”. À Lusa, o vereador do Ambiente e Estrutura Verde na Câmara de Lisboa, José Sá Fernandes, disse que o autocarro que bateu numa árvore na Avenida da Liberdade, causando 13 feridos ligeiros, se aproximou “demasiado à berma” ou acostamento.

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