Brasil e Portugal estudam a integridade amazônica

Da Redação

A engenheira cartógrafa Ana Cabral, do Instituto Superior de Agronomia, da Universidade de Lisboa (Portugal), esteve por 10 dias no Rio de Janeiro, durante este mês, em cooperação com a articulação internacional do centro de pesquisa Embrapa Solos.

A cientista, que atua no monitoramento do desmatamento da floresta tropical, na quantificação dos parâmetros biofísicos da vegetação e em estudos de suscetibilidade à erosão hídrica, já atuou em países como Angola, Congo e Guiné Bissau.

Já no Brasil, seu trabalho na dinâmica de padrões de desmatamento em áreas protegidas da Amazônia Legal usando dados derivados de sensoriamento a aproximou da Empresa brasileira de pesquisa na área agropecuária.

Alguns resultados obtidos por ela no período 2002/2016, no âmbito do Observatório da dinâmica de interação entre a sociedade e o meio ambiente na Amazônia (Odyssea), demonstraram que a maior parte dos territórios localizados dentro e fora das Áreas de Preservação mostra um risco entre baixo e médio de fragmentação, e que duas áreas no Pará, uma no Acre, uma no Maranhão, uma no Mato Grosso e outra no Tocantins possuem maior risco de fragmentação.

Segundo o estudo, a maior parte das áreas com risco está localizada no arco do desmatamento, e regiões com gado, agricultura de pequena escala e plantações de soja têm mais influência no desmatamento.

“Buscamos essa parceria com o Instituto Superior de Agronomia português, que estudou a fragmentação da Amazônia nas unidades de conservação, por sua afinidade com o projeto Papel da Biodiversidade na Mitigação das Mudanças Climáticas (Robin – sigla em inglês) no qual, por dados de sensores remotos, vimos o nível de fragmentação no estudo da integridade ecossistêmica da Amazônia”, revela a pesquisadora Margareth Simões, da Embrapa Solos.

O objetivo da parceria é fazer uma analogia entre as duas metodologias: a que foi desenvolvida para as unidades de conservação de estudos de fragmentação, e a criada pela Embrapa, de integridade ecossistêmica. “No lugar de estudar dentro das unidades de conservação, nós vamos pesquisar nas áreas de integridade ecossistêmica da Amazônia, dentro do município, integrando as duas metodologias”, conta Simões.

O Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa, que tem 160 anos, fica numa área de 100 hectares, e conta com 1700 alunos entre graduação, mestrado e doutorado. São oferecidas sete licenciaturas, mestrados em 14 áreas e doutorados em 17 áreas.

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