Governo destaca criminalidade mais baixa de sempre no aniversário da Guarda Nacional

Militares da GNR, desfilam em frente à tribuna de honra durante a cerimônia militar do 104º aniversário da Guarda Nacional Republicana na Praça do Império em Lisboa. STEVEN GOVERNO/LUSA
Militares da GNR, desfilam em frente à tribuna de honra durante a cerimônia militar do 104º aniversário da Guarda Nacional Republicana na Praça do Império em Lisboa. STEVEN GOVERNO/LUSA

Da Redação
Com Lusa

O Governo português sublinhou “os valores mais baixos” de criminalidade verificados nos dois últimos anos em Portugal, durante as cerimônias do 104º aniversário da Guarda Nacional Republicana, junto ao Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, em 03 de maio.

Com o primeiro-ministro, Passos Coelho, a presidir o evento, o discurso coube à ministra da Administração Interna, Anabela Rodrigues, ao contrário do inicialmente previsto, perante milhares de operacionais, em parada, e antes de 18 condecorações por serviços prestados.

“Os dados da criminalidade participada demonstram que percorremos o caminho certo. O relatório anual de segurança interna, referente ao ano de 2014, atesta uma redução de 6,7% da criminalidade geral, face ao ano anterior, um valor inferior à média dos últimos 12 anos. A criminalidade violenta e grave decresceu cerca de 5,4%, quando comparada a período homólogo. 2013 e 2014 registraram os valores mais baixos de criminalidade geral e violenta e grave desde que há registos”, afirmou a governante.

Anabela Rodrigues referiu que a segurança é importante para assegurar um “ambiente propício ao investimento, criação de riqueza e emprego” e sublinhou o “esforço de investimento significativo, sobretudo num período de constrangimentos orçamentais”.

“Desde 2011, foram adquiridas mais de 400 novas viaturas, estando agora prevista a aquisição de mais 119 para o ano de 2015. Houve igualmente um empenho significativo na recuperação e modernização de infraestruturas. Entre obras concluídas e obras em curso, falamos em 52 novas instalações, que totalizam um investimento de cerca 40 milhões de euros. Não menos importante, o rejuvenescimento do efetivo foi considerado prioritário. No final da legislatura, terão sido admitidos mais de 2.000 novos militares na GNR que, de norte a sul do país, muito contribuirão para a capacitação operacional das forças”, assegurou.

O comandante geral da GNR, tenente-general Manuel Silva Couto, tinha-se dirigido antes às diversas entidades presentes e elementos das forças, que ascendem a 23.000, distribuídos por mais de 600 quarteis.

“Num curto balanço do que a GNR realizou em 2014, relevo os cerca de 59 milhões de quilômetros percorridos em um milhão de patrulhas a pé, meios motorizados, ciclo ou a cavalo”, disse, focando também as fiscalizações a 1,3 milhões de condutores, a detenção de 20.165 pessoas, embora apenas materializadas em 3.400 diligências de investigação criminal, sem esquecer as três vítimas mortais em ação e 23 com ferimentos graves.

Crítica
A Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda acusou o Governo, dia 02 antes das comemorações, de faltar à promessa de reativar a Brigada de Trânsito da GNR, classificando como “descoordenadas” as atuais medidas de educação dos condutores e de quem circula nas estradas.

Em declarações à Lusa, José Alho, presidente da Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda (ASPIG), a Brigada de Trânsito (BT) da GNR foi extinta pelo PS em 2009, mas “já era para ter sido reativada há dois anos” e foi um dos compromissos assumidos por este Governo.

“Na última reunião que tivemos com a Sra. Ministra [da Administração Interna], fez quinta-feira oito dias, ela nem sequer quis falar sobre as alterações à lei orgânica da GNR, nem na reativação da Brigada de Trânsito, como este Governo se tinha comprometido conosco”, disse José Alho.

José Alho exemplificou que um comando da BT poderia, por exemplo, pronunciar-se acerca de alterações legislativas que permite que os ciclistas circulem nas estradas em grupos sem acompanhamento ou estabelecer medidas específicas relativamente à circulação de grupos de pessoas, nomeadamente peregrinos.

O anterior ministro da administração interna, Miguel Macedo, comprometeu-se, a 19 de junho de 2013, na sessão de encerramento de um seminário internacional sobre segurança rodoviária organizado pela GNR, a reativar a BT da GNR e a Brigada Fiscal até ao final desse ano, o que não aconteceu. Miguel Macedo anunciou a sua demissão a 16 de novembro de 2014 e a atual Ministra, Anabela Rodrigues, está em funções desde dia 18 de novembro do ano passado.

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