Tradição vinda de Portugal, bloco Zé Pereira dos Lacaios comemora 150 anos em Minas

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Da Redação

O famoso carnaval da cidade histórica de Ouro Preto conta com a tradição do Clube Zé Pereira dos Lacaios, passada de geração em geração. Completando 150 anos de existência em 2017, o clube é considerado um dos mais antigos e tradicionais do país, celebrando o aniversário com exposição e dentro das festividades carnavalescas nas ruas ouro-pretanas.

Em parceria com o clube, a Fundação de Arte de Ouro Preto (Faop) participa desta comemoração apresentando, entre os dias 17 de fevereiro e 12 de março, uma mostra onde o público pode conhecer detalhes de sua história e conferir depoimentos de quem participou dessa trajetória.

Também estarão expostos alguns dos bonecos que integram o acervo, como Catitão, Benedito e a Baiana. Além disso, a Faop promoverá uma oficina onde a comunidade poderá aprender a confeccionar miniatura de bonecos de pano que fazem alusão aos tradicionais, que acontece na sede do grupo.

A tradição do Clube Zé Pereira dos Lacaios veio de Portugal para o Brasil por meio dos imigrantes que se fixaram no Rio de Janeiro. Aqui no país, a história teria sido continuada pelo português José Nogueira Paredes, que chegou ao Rio em 1846 e trabalhou no Palácio dos Governadores, em Ouro Preto, capital mineira na época. Criou, então, o bloco dos funcionários e, posteriormente, nomeou o grupo como “Zé Pereira dos Lacaios”, definição usada para puxa-saco.

O bloco Zé Pereira dos Lacaios foi fundado em 1867 e é a agremiação carnavalesca mais antiga do Brasil. Os catitões são os grandes bonecos que se seguem no desfile, tendo à frente o Zé Pereira, português bigodudo envergando uma cartola, e a bela baiana por ele cobiçada. Um grupo da cidade de Amarante já visitou Ouro Preto para homenagear os Lacaios.

Ao longo dos 150 anos, várias famílias locais contribuíram para que a tradição fosse continuada e ainda hoje prestigiam e oferecem ajuda ao Zé Pereira. Cerca de 80 pessoas colaboram em época de carnaval e 50 durante o ano, entre elas integrantes da banda e demais voluntários.

Além de percorrer as ruas da cidade, atualmente o Zé Pereira se apresenta em locais fechados, arrecadando verba para que o grupo possa se manter. Desde maio do ano passado, Arthur Ramos Carneiro, de 20 anos, é o presidente do clube.

Segundo ele, as antigas tradições do Zé Pereira são resgatadas e a comunidade já está envolvida com o bloco desde o início desse ano, quando aconteceu a primeira apresentação comemorativa.

“Podemos ver várias mobilizações. Vale ressaltar uma no bairro Antônio Dias, onde enfeitaram as casas com flâmulas em preto e amarelo, que são as cores do Zé Pereira, no dia da apresentação do seu aniversário de 150 anos”, conta Carneiro.

Os ensaios, que acontecem aos domingos, tiveram início no fim de janeiro e vão até o dia 18 de fevereiro.

No dia de abertura da exposição acontece um cortejo que sai da Escola de Minas às 19h30 e vai até a sede da Faop, onde será instalada a mostra, localizada na Rua Getúlio Vargas 185, Rosário, Ouro Preto.

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