Premiado autor português, Afonso Cruz é destaque no Flipoços 2017

Escritor_AfonsoCruz

Da Redação

Para manter a tradição de encontros com autores portugueses, o Festival Literário de Poços de Caldas, o Flipoços, recebe neste ano o romancista de Foz da Figueira, Afonso Cruz.

A 12ª edição do Flipoços acontece em Minas Gerais de 29 de abril a 7 de maio, e tem a expectativa de receber pelo menos 50 mil pessoas durante os nove dias, no Complexo Cultural da Urca, na Praça Getúlio Vargas, s/n – Poços de Caldas.

Pela primeira vez no encontro, o português pretende falar dos dois livros mais recentes “O Pintor Debaixo do Lava-Loiças” e “Flores”, este último vencedor do Prêmio Literário Fernando Namora, em Portugal. A mesa do escritor ocorre no dia 30 de abril às 17h30 no Espaço Cultural da Urca. A vinda do escritor se dá por meio de uma parceria entre o Flipoços e o Instituto Camões.

Ao encontro do tema central do festival “Minha vida é um romance – Policial, drama, suspense ou aventura? Qual é o seu?”, Afonso Cruz pretende abordar as tramas de seus escritos, que contam histórias como a de um pintor judeu foragido do nazismo e a de um homem que perdeu as memórias afetivas e conta com um vizinho para ajudá-lo a recuperá-las, embrenhando-se em facetas do passado, que são completas e contraditórias, fazendo também um contraponto entre o período português anterior e posterior à Revolução dos Cravos.

“Pretendo partilhar um pouco do que faço, do que escrevo, cruzar-me com outros autores, perceber onde nos tocamos, bem como o que nos distancia”, disse o escritor, que já esteve no Brasil e pretende rever amigos feitos no país.

Para a organizadora Gisele Ferreira, o encontro com escritor português já é parte do evento. “Todos os anos temos estes momentos no Flipoços, já é uma tradição. As pessoas esperam pelo convidado de Portugal e neste ano teremos a honra de receber o premiadíssimo Afonso Cruz”, comentou.

Viajante, artista plástico e escritor premiado

Aos 45 anos, o escritor ostenta um currículo com formações na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, onde aperfeiçoou o trabalho como ilustrador e no Instituto Superior de Artes Plásticas de Madeira, além de já ter viajado por 60 países. Na literatura, publicou mais de uma dezena de títulos autorais. Em 2012 teve o romance “Jesus Cristo Bebia Cerveja” considerado o Livro Português do Ano pela revista Time Out Lisboa e o Melhor Livro do Ano, segundo os leitores do jornal Publico. Além disso, foi eleito pelo jornal Expresso como um dos 40 mais talentosos escritores.

Em 2013 publicou a primeira obra infanto-juvenil “Assim, Mas Sem Ser Assim”. No ano seguinte venceu o Prêmio Nacional de Ilustração com a obra Capital. Como se não bastasse, Afonso Cruz é também músico na banda The Soaked Lamb.

Inspirador por autores como Kazantzakis e Dostoievsky, o português revela-se feliz em aproximar a literatura portuguesa da brasileira. “No caso específico de países lusófonos, é incompreensível que isso não aconteça naturalmente, uma vez que não há o obstáculo da língua. Seria uma pena, evidentemente, para ambos, o desconhecimento mútuo daquilo que se escreve em cada um destes países. Acho que a relação entre Portugal e Brasil, no que diz respeito à literatura, tem melhorado um pouco, mas, como diria Frost, temos milhas a percorrer antes de dormir”, considerou.

Campanha doe um livro

Os ingressos para participação das palestras master do Flipoços são trocados por 1 livro de literatura em bom estado. Cada livro vale 1 ingresso. As trocas serão feitas a partir de 20 de março. Essas obras serão encaminhadas para entidades educacionais e assistenciais de Poços de Caldas e região.

A programação do Flipoços 2017 pode ser conferida no site do festival www.flipocos.com e também pelas redes sociais na página Feira do Livro/Flipoços.

Esta edição o Flipoços traz o escritor Milton Hatoum, um dos mais importantes romancistas da atualidade. Ele participa da abertura do evento, no dia 29 de abril e no dia 30 participa de um bate-papo.

O país homenageado de 2017 é Moçambique, que tem única língua oficial de Moçambique o português, que é falado principalmente como segunda língua por cerca de metade da população. Entre as línguas nativas mais comuns estão o macua, o tsonga e o sena.

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