José Eduardo Martins coordena ciclo de palestras e recitais sobre compositor português em SP

Da Redação

RecitaisUnibesSPO pianista José Eduardo Martins vai coordenar em São Paulo um ciclo gratuito de palestras e recitais com obras essenciais do compositor português Fernando Lopes-Graça (1906-1994), entre as quais a primeira audição mundial dos 12 Cantos Sefardins.

Entre os dias 13 e 15 de Outubro, acontece na Unibes Cultural o ciclo de palestras seguido de um grande concerto sobre música portuguesa, intitulado “Viagens e História – Portugal, Aldeias, Vilas e Música Sefardita”, com composições de um dos principais músicos portugueses.

As palestras serão ministradas pelo musicólogo português, Prof. Dr. José Maria Pedrosa Cardoso, da Universidade de Coimbra, e pelo pianista e professor José Eduardo Martins. Finalizando o ciclo, Martins tocará “Viagens na Minha Terra” para piano solo com datashow preparado pelo Prof. Pedrosa Cardoso e, na segunda parte, o pianista acompanhará a soprano portuguesa Rita Morão Tavares na primeira audição mundial dos 12 “Cantos Sefardins” (1969).

O ciclo tem início no dia 13, com uma palestra de José Maria Pedrosa sobre “A Alma da Portugalidade em Viagens na Minha Terra e em Canções Sefardins de Fernando-Lopes Graça”, seguido de debate com José Eduardo Martins, que abordará a “Música erudita portuguesa através dos séculos e sua inserção na era da globalização”.

No dia 14, o público poderá assistir a uma palestra Ilustrada do pianista José Eduardo Martins: “Em torno de ‘Canto de amor e de Morte’ (original para piano – 1961), de Fernando-Lopes Graça – Mors Certa, Hora Incerta”. Martins interpretará “Canto de Amor e de Morte” e outras obras de Lopes-Graça.

E finalmente, no dia 15, acontece um grande recital em torno da “Alma da Portugalidade em Viagens na Minha Terra e em Canções Sefardins de Fernando-Lopes Graça”, com participação da cantora portuguesa Rita Morão Tavares, do pianista José Eduardo Martins e do musicólogo José Maria Pedrosa Cardoso.

A música Sefardita tem origem judaica e constitui uma herança cultural de quase 5800 anos e vem se transformando constantemente. Os sefarditas são os judeus que viveram na Península Ibérica até o fim do século XV. Quase toda a cultura tem uma forte influência dos mouros, que expandiram seu império pela costa mediterrânea na Europa e no norte da África. As canções sefarditas têm categorias e funções relacionadas aos grandes ciclos, como por exemplo o ciclo da vida (nascimento, casamento e morte) e o ciclo anual (correspondente às festas do calendário judaico).

Fernando Lopes Graça, nascido em Tomar, foi um dos maiores compositores do século XX em termos mundiais. Sua obra composicional é extensa e aborda os mais variados gêneros. Foi regente-coral, pianista, literato, crítico musical, fundando várias revistas sobre música. Escreveu cerca de 20 livros. Dirigiu a tradicional Academia de Amadores de Música em Lisboa, criando igualmente o Coro da AAM.

PALESTRANTES
JOSÉ MARIA PEDROSA CARDOSO: Natural de Guimarães, e residente em Oeiras, passou por todos os graus de ensino, designadamente pelo Conservatório Nacional, doutorou-se em Musicologia Histórica e aposentou-se recentemente como docente da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Investigador e autor de vários livros e artigos, é conferencista convidado, em Portugal e no estrangeiro, falando sobretudo da especialidade de música sacra e música histórica portuguesa. Referenciais suas obras “O Canto da Paixão nos Séculos XVI e XVII – A Singularidade Portuguesa” (Imprensa da Universidade de Coimbra, 2006); “Cerimonial da Capela Real – Um Manual Litúrgico de D. Maria de Portugal (1538-1577) Princesa de Parma” (Fundação Calouste Gulbenkian, 2008) e seu último livro “O Passionário Polifónico de Guimarães” (Sociedade Martins Sarmento / Fundação Cidade de Guimarães, 2012). É autor de significativo estudo “O Requiem e a Profissão de Fé de Lopes-Graça” (Coimbra, 2006).

RITA TAVARES: Nascida em Lisboa. Frequentou o curso de piano do Instituto Gregoriano de Lisboa. É licenciada em Canto pela Escola Superior de Música de Lisboa, na classe de canto de Sílvia Mateus. Estudou com Ana Paula Russo. Tem-se apresentado em recitais camerísticos acompanhada por pianistas relevantes interpretando igualmente obras inéditas em Portugal. Apresenta-se regularmente com várias orquestras, nomeadamente a Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras e a Orquestra do Norte. Com o Ensemble Vocal Officium, com direcção do maestro Pedro Teixeira, fez recentemente a estreia mundial do Magnificat de João Madureira, obra também gravada em CD. É membro do Coro Gulbenkian, um dos mais importantes conjuntos vocais da Península Ibérica.

JOSE EDUARDO MARTINS: Nascido em 1938 na cidade de São Paulo, onde começou seus estudos com o professor russo José Kliass. Mais tarde, trabalhou durante alguns anos em Paris, com Marguerite Long, Jean Doyen e matérias teóricas com Louis Saguer. Martins tem 22 CDs gravados no Exterior e lançados pelos selos Labor (U.S.A.), Portugaler e PortugalSom/Numérica (Portugal) e principalmente De Rode Pomp (Bélgica). Seis deles são dedicados à música portuguesa. É autor de vários livros publicados no Brasil e no Exterior, salientando entre os últimos “Impressões sobre a Música Portuguesa” (Imprensa da Universidade de Coimbra, 2011) e “Série Témoignages nº 4 – le pianiste brésilien José Eduardo Martins” (Université Paris-Sorbonne, 2012). Professor titular aposentado da Universidade de São Paulo, Doctor Honoris Causa pela Universidade Estatal Constantin Brancusi da Romênia, Acadêmico Honorário da Academia Brasileira de Música. Recebeu em Bruxelas a Ordem do Rio Branco do Governo do Brasil. É Officier de la Couronne da Bélgica, condecoração outorgada pelo Rei Alberto II.

Serviço
“Viagens e História – Portugal, Aldeias, Vilas e Música Sefardita”
Entre dias 13 e 15 de Outubro – às 20h
Local: Unibes Cultural
Rua Oscar Freira, 2500 Sumaré – São Paulo
Ingresso gratuito pelo site www.compreingressos.com/unibescultural
Vagas limitadas.
Info (11) 3065-4333

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