Prêmio da Unesco-Guiné Equatorial de 2017 distingue cientistas no Brasil e Portugal

Da Redação
Com agencias

Foto: Unesco

A diretora-geral da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, Irina Bokova, anunciou os três vencedores do Prêmio Internacional Unesco-Guiné Equatorial para Pesquisa em Ciências da Vida 2017.

Dois dos ganhadores estão no Brasil e Portugal. A cerimônia de premiação será realizada em dezembro em Djibloho, na Guiné Equatorial. Cada um dos três vencedores receberá US$ 100 mil, uma estátua feita pelo artista Leandro Mbomio e um certificado.

Brasil e Portugal
Um dos vencedores é Rui Luis Gonçalves dos Reis, da Universidade do Minho, em Portugal. A Unesco cita suas “suas contribuições inovadoras” nas áreas de “biomateriais e suas aplicações biomédicas” incluindo engenharia de tecidos e medicina regenerativa, entre outras.

Ivan Antonio Izquierdo, do Instituto de Pesquisa Biomédica da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, também foi premiado. A agência citou suas descobertas em “elucidar mecanismos de processos de memória”. Argentino, Ivan Izquierdo foi distinguido pelos seus trabalhos relacionados com os processos de memória, incluindo aplicações clínicas em doenças neurodegenerativas e distúrbios psicológicos e relacionados com a idade.

A Organização de Pesquisa Agrícola do Centro Volcani, em Israel, também recebeu o prêmio. O instituto israelita, diz a UNESCO, tem vindo a “desenvolver com êxito inovações e metodologias de ponta na investigação agrícola, com aplicações práticas” bem como “programas de capacitação para promover a segurança alimentar em ambientes áridos, semiáridos e desérticos”, o que representa um “avanço para o bem-estar humano”.

As recomendações para os vencedores são feitas por um juri composto de especialistas internacionais da área de ciências da vida. Esta é a quarta edição do prêmio, e a premiação será realizada em 04 de dezembro.

O Prêmio Internacional Unesco-Guiné Equatorial para Pesquisa em Ciências da Vida premia excepcionais projetos de pesquisa científica na área que tenham levado a uma melhora na qualidade de vida humana. O prêmio visa “recompensar a investigação em ciências naturais” e foi instituído por Teodoro Obiang Nguema, que dirige a Guiné Equatorial desde 1979, na sequência de um golpe de estado.

Inicialmente conhecido como Prêmio Científico Teodoro Obiang Nguema, a distinção foi instituída em 2008, mas em 2010 a UNESCO decidiu suspendê-la devido à falta de consenso e à polêmica no seio da organização e junto de entidades defensoras dos direitos humanos.

Na altura, uma coligação internacional de dezenas de organizações e instituições de defesa de direitos humanos escreveu à diretora-geral da Unesco, Irina Bukova, salientando que a agência da ONU “arriscava a sua reputação ao ligar-se a uma das ditaduras mais sinistras de África”.

Na carta, a coligação de organizações assinalava o fato de outras agências das Nações Unidas terem sido “muito claras sobre o estado desastroso dos direitos humanos e do desenvolvimento na Guiné Equatorial”.

Entre muitos outros problemas, estas organizações colocaram em evidência a prática generalizada de tortura pela polícia, uma repressão omnipresente, a ausência de liberdade dos ‘media’, a amplitude das discriminações e o desprezo pelos direitos económicos e sociais dos guineenses.

A diretora-geral da UNESCO era também exortada na carta a “indagar sobre a origem dos milhões de dólares de dotação do Prêmio Obiang”. Posteriormente, Teodoro Obiang Nguema aceitou que o prêmio não tivesse o seu nome, mas o do seu país, e o galardão voltou a ser entregue a partir de 2012.

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