Último debate entre Passos e Costa ouvido por quase 1,3 milhões nas rádios

Mundo Lusíada
Com Lusa

RTP_RadioTVO debate entre os candidatos a primeiro-ministro – Pedro Passos Coelho, da coligação Portugal à Frente, e António Costa, do PS – transmitido quinta-feira pela Renascença, TSF e Antena 1 foi ouvido por 1,272 milhões de pessoas. A audiência média das três rádios no horário em causa – entre as 10h e as 12h – ronda os 600 mil ouvintes, duplicando a audiência habitual.

Este auditório de 1,272 milhões de pessoas corresponde a 15,4% dos portugueses com mais de 18 anos. Dos portugueses que acompanharam este último frente a frente entre os líderes da coligação PSD/CDS-PP e do PS, 93% fizeram-no através da rádio e os restantes 7% acompanharam o debate na internet.

A proporção de portugueses que viu ou ouviu o debate online sobe para os 20% nos segmentos etários entre os 25 e os 44 anos.

A Marktest realizou a sondagem através de entrevistas a um universo de pessoas com 18 anos ou mais, residentes em Portugal Continental, num total de 11.098 contatos realizados e 808 entrevistas validadas.

O debate televisivo – transmitido em simultâneo na SIC, TVI e RTP – já tinha atingido igualmente uma audiência histórica – 3,4 milhões de pessoas. O anterior máximo de audiência em debates políticos em Portugal (desde que há medição de audiências no país) tinha sido estabelecido em 2011, no debate entre Passos e José Sócrates, ao vivo apenas na RTP1. O frente a frente de então tinha sido acompanhado por 1,585 milhões de telespectadores.

O debate desta quinta-feira na rádio entre Passos e Costa aproximou-se do número do duelo televisivo entre Passos e Sócrates, mas beneficia do faco de ter sido transmitido por três estações radiofônica e não somente por uma. O debate televisivo pulverizou este recorde do duelo entre Passos e Sócrates, mas beneficiou igualmente de ter sido transmitido simultaneamente em três canais de televisão.

O debate
Durante o confronto, o presidente do PSD acusou os socialistas de porem em causa o pagamento de pensões em 2016, mas declarou-se disponível para discutir com o PS a reforma da Segurança Social, mesmo se perder as legislativas. “Quer ganhe quer perca as eleições, estou disponível no dia seguinte para me sentar com o PS a discutir a reforma do sistema de pensões”, declarou Pedro Passos Coelho, no segundo e último frente a frente com o secretário-geral do PS.

Em seguida, o presidente do PSD perguntou a António Costa: “Está disponível ou não está disponível para fazer esta reforma e para, portanto, no dia seguinte às eleições, quer ganhe quer perca, sentar-se connosco a discutir uma reforma séria da Segurança Social que nos permita dar previsibilidade e segurança aos nossos pensionistas?”. O secretário-geral do PS respondeu negativamente: “A vossa proposta de cortar 600 milhões de euros aos pensionistas não terá o nosso apoio, não vale a pensa sentarmo-nos. É uma pergunta retórica porque já sabe que não contará conosco”.

Passos Coelho ainda desafiou o líder do PS a esclarecer como tenciona poupar mil milhões de euros em prestações sociais não contributivas até 2019, mas António Costa remeteu esse objetivo para a concertação social.

A questão sobre as prestações sociais surgiu já na segunda parte do frente-a-frente entre Pedro Passos Coelho e António Costa, com o presidente do PSD a observar que uma poupança de mil milhões de euros em prestações sociais não contributivas, até 2019, tal como o PS propõe, “é muito dinheiro”, razão pela qual António Costa teria de explicar.

“Nós fixamos um objetivo quanto à redução”, reagiu o secretário-geral do PS, que remeteu depois a forma de cumprimento dessa meta para negociações em concertação social. Uma resposta que levou o primeiro-ministro a tirar a seguinte ilação:” Se não sabe dizer quais serão as prestações afetadas por isto [sujeição a condição de recursos], significa que lhe puseram um número que o senhor não compreende a que diz respeito”, disse.

O presidente do PSD responsabilizou ainda os socialistas pela austeridade praticada em Portugal e ligou António Costa à “aventura” do Syriza grego, enquanto o secretário-geral do PS afirmou que a austeridade é a ideologia de Passos Coelho.

O líder do PSD colou o secretário-geral do PS ao Syriza grego, dizendo que Costa saudou a vitória eleitoral de Alexis Tsipras, defendeu que governou nos últimos quatro anos de acordo com a linha europeia, sem “precisar de qualquer revisionismo”, e que foi forçado uma austeridade maior do que previa quando chegou ao executivo em junho de 2011. António Costa reagiu, acusando Passos Coelho de ter uma atuação política “passa culpas” e sustentando a tese de que a austeridade faz parte do pensamento político do primeiro-ministro.

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