Primeiros-ministros relançam ligações ferroviárias Portugal-Espanha

O Primeiro-Ministro da Espanha Mariano Rajoy, a comissária europeia para Mobilidade e Transporte Violeta Bulc com o primeiro-ministro português Antonio Costa, em Elvas. TIAGO PETINGA/LUSA

Mundo Lusíada
Com Lusa

Os primeiros-ministros de Portugal e Espanha assistiram, nesta segunda-feira em Elvas, ao lançamento do concurso para a ligação ferroviária entre Évora e a fronteira, de quase 100 quilômetros, a maior obra ferroviária em 100 anos.

A cerimônia de lançamento decorreu no Museu de Arte Contemporânea de Elvas e juntou, além de António Costa e Mariano Rajoy, a comissária europeia dos Transportes, Violeta Bulc, e o ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques.

António Costa salientou que o investimento na futura ligação ferroviária Évora-Elvas é “simbólico do momento que se vive na economia portuguesa” e significa um reforço do investimento público.

“É também simbólico do novo momento que vive a economia portuguesa. Vivemos anos de dura crise, conseguimos virar essa página”, afirmou o chefe do Governo, estimando num “aumento de 40%” do investimento público em 2018.

António Costa afirmou que “chegou a hora de, em primeiro lugar, apostar também no investimento público e, sem segundo lugar, com o investimento público, ajudar a sustentar este crescimento econômico que tem estado assente, sobretudo, no investimento privado e nas exportações”.

“É um investimento que contribui simultaneamente para melhores condições para o investimento privado, para internacionalização e para exportação dos nossos produtos e serviços”, salientou.

A obra de construção da nova linha entre Évora e Elvas deverá iniciar-se até março de 2019 e a conclusão está programada para o primeiro trimestre de 2022, num custo de 509 milhões de euros, quase metade provenientes de fundos europeus.

Antes da cerimônia no museu, o chefe do governo português e a comissária foram à antiga estação de comboios de Elvas, onde descerraram uma placa para assinalar o início da empreitada de modernização do troço Elvas-Caia, na fronteira com Espanha.

De acordo com os dados do executivo comunitário, a modernização do troço Évora-Caia, com um custo estimado de 388 milhões de euros, recebe uma comparticipação da União Europeia de 56% (184 milhões de euros).

O Plano Ferrovia 2020, que promove as ligações com Espanha e a modernização dos principais eixos ferroviários, engloba, no total, um investimento superior a dois mil milhões de euros, dando especial destaque ao transporte de mercadorias e ao transporte público de passageiros.

Elvas foi um símbolo “de separação entre Portugal e Espanha” e, com este projeto, passa a unir o que separou no passado, o que é também uma marca da União Europeia, “unir o que a história separou”, disse Costa.

Dia histórico

O ministro português do Planejamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, considerou “um dia histórico” para Portugal o arranque da fase de construção da linha ferroviária entre Évora e a fronteira do Caia (Elvas).

“Um dia histórico em que assinalamos o arranque da fase de construção da linha ferroviária entre Évora e a fronteira. É um dia histórico para a Europa e para a consolidação da rede transeuropeia de transportes, um dia histórico para a Península Ibérica e para o reforço de ligações entre os nossos dois países”, disse.

Para o governante, trata-se também de “um dia histórico” para o país, uma vez que marca o arranque da “maior obra de linha nova dos últimos 100 anos” na ferrovia portuguesa.

Pedro Marques considerou este investimento “estruturante” e de uma “importância decisiva” para a consolidação da rede ferroviária, enquanto elemento de suporte da coesão europeia.

Recordando que Espanha é o “maior parceiro comercial” de Portugal, o ministro considerou essencial a concretização deste projeto para a “conectividade” entre os dois países e no sentido de facilitar a mobilidade de pessoas e de transportes de mercadorias.

Sublinhando o impulso que esta obra vai provocar no porto de Sines, Pedro Marques destacou ainda que o comboio de mercadorias a partir de Sines terá uma redução de custos “superior a 30%”, beneficiando desta forma o seu crescimento.

“Mas os benefícios não se esgotam no porto de Sines, beneficiará na mesma medida nas acessibilidades aos portos de Setúbal e de Lisboa, que ganharão assim igual folgo adicional”, acrescentou.

Além de sublinhar que esta obra beneficiará também a região do Alentejo, Pedro Marques destacou ainda que este é o maior investimento público na região desde a construção da Barragem do Alqueva.

“Com este Governo e ao contrário do que aconteceu no passado, não estamos a encerrar linhas, pelo contrário, fazemos crescer a rede ferroviária nacional”, disse.

Para Mariano Rajoy, o lançamento do concurso para a ligação ferroviária entre Évora e Elvas, bem como o arranque da fase de construção da linha ferroviária entre Évora e a fronteira do Caia (Elvas), são “excelentes notícias”, destacando ainda o apoio dos fundos europeus nesta área e o “trabalho” desenvolvido entre Portugal e Espanha em redor do projeto ferroviário.

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