Presidente: Forças Armadas são insubstituíveis e não um “luxo do presente”

Da Redação com Lusa

Neste dia 04, o Presidente de Portugal defendeu que as Forças Armadas são insubstituíveis para construir a paz, papel que todos deveriam compreender, negando que estas sejam um “pergaminho do passado” ou um “luxo do presente”.

Marcelo Rebelo de Sousa discursava na cerimônia de entrega das espadas aos novos oficiais do Exército, na Academia Militar, no destacamento da Amadora, em Lisboa.

Falando para os 39 novos oficiais do Exército, Marcelo salientou que a caminhada destes militares é iniciada “em tempo de guerra”, que “não é apenas europeia mas é uma verdadeira guerra global”.

“Tempo em que todos entendem, ou deviam entender como nunca, porque é que tão insubstituíveis são as Forças Armadas. Para fazerem a paz, para evitarem a guerra”, defendeu.

O Comandante Supremo das Forças Armadas sublinhou que “de cada vez que cada mulher ou homem, por esse mundo fora, sente na sua pele a subida dos preços, o custo da energia, a situação dos bens alimentares, é impossível não entender que além de tudo o resto é a guerra que agrava as suas condições de vida”.

“A urgência de construir a paz torna cada vez mais evidente o papel único das Forças Armadas. Elas não são um pergaminho do passado, elas não são um resquício da tradição, elas não são um luxo do presente. Elas não são um encargo dispensável do futuro”, salientou.

O chefe de Estado destacou a importância das Forças Armadas para a construção da paz.

“Para evitarem as guerras, todas elas, e em particular as mais chocantes na violação dos princípios do Direito entre as nações. Para as travarem depois de desencadeadas, para construírem a paz, e ao mesmo tempo, para proporcionarem a sua experiência no contacto com o povo no território nacional, em especial em momentos de maiores provações, para tudo isso as Forças Armadas são insubstituíveis”, vincou.

Dirigindo-se aos novos oficiais, o Comandante Supremo das Forças Armadas salientou que o objetivo de serem melhores pessoas, cidadãos, militares ou líderes, dependerá também “da pátria e dos seus responsáveis”.

“A pátria, representada pelo poder político do Estado que tanto, e muito justamente, se orgulha de vós e dos vossos feitos, cá dentro e lá fora, tem que vos proporcionar estatuto e condições à altura do que vos pede e do que de vós vai receber”, defendeu o chefe de Estado.

Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que “o reconhecimento, a admiração, o louvor por palavras são importantes, mas não o são menos o reconhecimento, a admiração e o louvor pelos factos”.

“E eles, às vezes, têm demorado demais a passar de promessas ou expectativas, a realidade”, acrescentou.

Sem se referir diretamente ao caso recente do 138.º Curso de Comandos do Exército, que levou a que um militar necessitasse de um transplante de fígado, Marcelo Rebelo de Sousa deixou um aviso aos novos oficiais.

“Agora começa a caminhada ao serviço de Portugal (…) com atenção à vossa saúde, para que excessos não controlados, vossos ou alheios, não tolham os vossos avanços”, disse.

Num discurso de cerca de dez minutos, Marcelo Rebelo de Sousa pediu ainda aos militares que tenham “sensibilidade para os gestos internos” que afetem o prestígio externo do ramo.

“Com permanente solidariedade e respeito às instituições e seus símbolos distintivos, que só fortalecem o vosso ânimo e sentimento de pertença. Com culto da excelência onde quer que ele seja imprescindível”, sublinhou.

Novos oficiais

Já na segunda, dia 03, o Primeiro-Ministro, António Costa, presidiu à cerimônia de entrega de espadas a 27 novos oficiais da Guarda Nacional Republicana (GNR), que formaliza a entrada dos jovens alferes no quadro permanente desta força de segurança.

O Primeiro-Ministro esteve acompanhado pelo Ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, na cerimônia que decorreu nas ruínas do Convento do Carmo, em Lisboa.

António Costa não interveio na cerimônia mas fez questão de saudar a GNR numa mensagem da sua conta oficial da rede social Twitter, referindo que «foi uma honra presidir à cerimônia de entrega das espadas aos oficiais que, terminada a sua formação na Academia Militar, ingressam nos quadros da GNR».

Deu ainda os parabéns «a todos os novos oficiais os meus parabéns pelo início de uma etapa tão importante das suas vidas profissionais».

«A presença nesta cerimônia plena de simbolismo demonstra a total confiança do Governo num percurso de décadas que, dentro de aproximadamente um ano, culminará com a transição do comando superior da GNR para os oficiais generais que nela fizeram todo o seu percurso profissional», escreveu ainda.

José Luís Carneiro, por sua vez, saudou o compromisso destes jovens militares, afirmando que o seu «papel, responsabilidade e contributo futuro para a ação da GNR será imenso».

“O fato desta cerimônia se realizar no quartel do Carmo, local onde estão inscritas tantas e das mais importantes marcas da história de Portugal permite reforçar a mensagem de que, para as portuguesas e para os portugueses, a GNR foi no passado, é no presente e continuará a ser no futuro uma instituição exemplar”, afirmou.

Dos 27 oficiais que passam agora a integrar o quadro permanente da GNR, 17 são mestres em Ciências Militares, cinco em Administração Militar, dois em Engenharia Militar e uma em Engenharia Farmacêutica.

No final da cerimônia, os 27 oficiais prestaram, pela primeira vez com as novas espadas, continência ao Estandarte Nacional da GNR, enquanto se ouvia o hino nacional.

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