Presidente do Brasil falou com presidente português e agradeceu manifestação de condenação e repúdio

Da Redação com agencias

Neste dia 08, o Presidente do Brasil, Lula da Silva, agradeceu ao chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, a condenação e repúdio que manifestou pela invasão das instituições brasileiras por apoiantes radicais de Jair Bolsonaro.

Este agradecimento de Lula da Silva a Marcelo Rebelo de Sousa, através de uma conversa telefônica, foi divulgado pela Presidência da República.

“O Presidente da República Federativa do Brasil, Lula da Silva, falou telefonicamente com o Presidente da República, agradecendo a sua manifestação pública pela condenação e repúdio dos atos praticados em Brasília, tendo enaltecido o facto de Portugal ter sido o primeiro país a fazê-lo”, lê-se na nota.

Ainda segundo o Palácio de Belém, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, “considera que estes atos, além de inconstitucionais e ilegais, são inadmissíveis e intoleráveis em democracia, reforçando o apoio e a total solidariedade de Portugal para com o poder legitimamente eleito no Brasil”.

Numa primeira reação, o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, condenou os “atos inadmissíveis e intoleráveis em democracia” protagonizados por manifestantes apoiantes do ex-chefe de Estado brasileiro Jair Bolsonaro.

Em declarações ao telefone no Jornal da Noite da SIC, o chefe de Estado português manifestou a solidariedade de Portugal para com o novo “poder legitimamente investido” no Brasil após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva como Presidente, avançou a Lusa.

Marcelo reiterou o “apoio e a solidariedade de Portugal a um mandato que tem de ser respeitado”, manifestando-se convicto de que a comunidade internacional, a CPLP e a União Europeia farão o mesmo. “Todos os atos com caráter inconstitucional e ilegal são inaceitáveis”, assinalou o chefe de Estado português, ao comentar os acontecimentos em Brasília.

Também o secretário-geral da ONU, em mensagem em rede social, António Guterres disse condenar o ataque às instituições democráticas do Brasil. Ele ressaltou que a vontade do povo brasileiro e as instituições democráticas devem ser respeitadas. O chefe da ONU disse ter plena confiança que assim será e que “o Brasil é um grande país democrático”.

A nível internacional, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, considerou “escandalosa” a violência protagonizada por apoiantes radicais do anterior governo, enquanto a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, afirmou-se “profundamente preocupada” com os acontecimentos que ocorreram em Brasília.

O Presidente brasileiro decretou a intervenção federal na segurança em Brasília depois de centenas de apoiantes radicais de Bolsonaro terem invadido e vandalizado o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF), sedes dos poderes legislativo, executivo e judiciário. E prometeu que todos os responsáveis pelas invasões serão punidos.

Depredação

O ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República, Paulo Pimenta, classificou nesta segunda-feira (9) a invasão e depredação das sedes dos três Poderes como mais grave do que o ocorrido no Capitólio, nos Estados Unidos, há dois anos. “O episódio que ocorreu no Brasil é mais grave do que o que ocorreu no Capitólio. O que nós tivemos lá foi uma tentativa de invasão da sede do Poder Legislativo e aqui nós assistimos à invasão das sedes dos Três Poderes”, disse o ministro à agencia Brasil.

Em uma demostração de que a democracia está funcionando, Pimenta afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu despachar hoje do Palácio do Planalto. A destruição de salas dos prédios dos três Poderes da República não atingiu o gabinete de Lula, que tem a porta blindada.

Pimenta disse ainda que as pessoas que estão envolvidas precisam ser imediatamente responsabilizadas, civil e criminalmente, por tudo que aconteceu. Segundo ele, haverá processo de identificação de todos que apoiaram, financiaram e participaram dos atos em Brasília e outros estados. Portas e vidros quebradas, móveis revirados, espaços encharcados de água dentro do Congresso Nacional, além da depredação de obras de arte e objetos da inauguração do prédio estão entre os relatos periciados nesta manhã.

Ônibus e caminhões com manifestantes estão proibidos de ingressar no Distrito Federal até o dia 31 de janeiro. A decisão faz parte de rol de medidas tomadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que determinou também a apreensão e bloqueio de todos os ônibus identificados pela Polícia Federal, que trouxeram vândalos entre os participantes para o Distrito Federal. Segundo a decisão, os proprietários deverão ser identificados e ouvidos em 48 horas, apresentando a relação e identificação de todos os passageiros.

Diante da destruição provocada em Brasília e da viralização das imagens em perfis bolsonaristas, Alexandre de Moraes também deu duas horas para que Facebook, TikTok e Twitter bloqueassem ao menos 18 perfis ligados às invasões. O não cumprimento da decisão implica em multa diária de R$ 100 mil.

Por decisão do STF para desmontar imediatamente o acampamento bolsonarista montado em Brasília, participantes começaram a ser retirados do local, em cerca de 40 ônibus, pelas forças policiais. Segundo a TV Globo apurou, foram 1,2 mil pessoas retiradas  e encaminhadas à Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal, onde os radicais devem passar por uma triagem.

A mesma decisão de Moraes determinou o afastamento por 90 dias do governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha sob a justificativa de descaso de omissão. A vice, Celina Leão, assume o Executivo local nesse período. Além das investigações que estão em andamento, o Ministério da Justiça e Segurança Pública criou o e-mail [email protected] para receber informações sobre os invasores.

Lula da Silva acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro, que se encontra nos Estados Unidos desde o final de 2022, de provocar e estimular a invasão que resultou em pelo menos 200 detenções em flagrante, de acordo com os últimos números avançados pelo ministro da Segurança Pública.

Já hoje, Jair Bolsonaro demarcou-se das invasões dos edifícios públicos em Brasília e repudiou as acusações de ter estimulado os ataques. “Manifestações pacíficas, na forma da lei, fazem parte da democracia. Contudo, depredações e invasões de prédios públicos como ocorridos no dia de hoje, assim como os praticados pela esquerda em 2013 e 2017, fogem à regra”, escreveu Jair Bolsonaro, na sua conta oficial na rede social Twitter.

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