Presidente de Portugal convicto de que eleições na Espanha não vão alterar presidência da UE

Da Redação com Lusa

O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou-se hoje convicto de que as legislativas de julho na Espanha não vão alterar a presidência espanhola da União Europeia (UE), que nessa altura já estará em curso.

“Será um ato eleitoral já no meio da presidência espanhola, mas tenho a convicção de que isso não vai alterar a presidência espanhola, que é muito importante para fechar dossiês como o acordo UE/Mercosul, para conseguir levar a União Europeia a ser mais sensível a posições que os países do sul têm defendido, e muitas em conjunto Portugal e Espanha”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa, no antigo picadeiro real, junto ao Palácio de Belém, em Lisboa.

O chefe de Estado, que falava aos jornalistas à margem do programa “Músicos no Palácio de Belém”, rejeitou comparações entre o contexto político de Espanha e o de Portugal, referindo que “a situação espanhola é uma situação especifica, que se encontra noutra fase do ciclo político, que tem características também peculiares”.

“Logo, eu não darei importância significativa, a não ser isto: que é fundamental para Portugal e é fundamental para a UE que a presidência espanhola corra bem. E eu tenho a certeza que corre bem, com o Governo A, o Governo B, o Governo C”, afirmou.

Marcelo Rebelo de Sousa espera “que seja uma boa presidência, qualquer que seja a decisão do eleitorado espanhol”.

O Presidente da República não quis comentar diretamente a antecipação das legislativas em Espanha em cerca de seis meses, para 23 de julho, anunciada pelo primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, na sequência das eleições municipais e regionais de domingo.

“Eu não costumo comentar atos eleitorais noutros países e neste caso também não vou abrir uma exceção. Neste caso também não vou abrir uma exceção. Cada país é soberano, tem a sua situação própria política. Eu acompanho com muita atenção o que se passa em Espanha, um país vizinho muito próximo de Portugal”, declarou.

Interrogado se as eleições legislativas em Espanha não poderão mudar a política europeia espanhola, respondeu: “Não, penso que não. A matéria de política europeia é, em Espanha como em Portugal, uma matéria de regime”.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “em Portugal e em Espanha os grandes partidos, de um lado e do outro do hemisfério político, pensam o mesmo sobre a Europa, sobre a ligação a Portugal, pensam o mesmo sobre as interconexões do ponto de vista energético, pensam o mesmo relativamente à importância da ligação com África e com a América Latina, pensam o mesmo em relação à Ucrânia”.

O primeiro-ministro espanhol anunciou, dia 29, a dissolução do parlamento e a antecipação das eleições legislativas nacionais para 23 de julho, na sequência da derrota dos socialistas, que lidera, nas regionais e municipais de domingo. Pedro Sánchez considerou que, na sequência dos resultados eleitorais, os espanhóis devem “tomar a palavra” e decidir antes do previsto.

“Como presidente do Governo e também secretário-geral do partido socialista, assumo em primeira pessoa os resultados e penso ser necessário dar uma resposta e submeter o nosso mandato democrático à vontade popular”, afirmou. E salientou que Espanha vai assumir no segundo semestre deste ano a presidência do Conselho da União Europeia.

 

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