Portugueses e líderes europeus se pronunciam sobre vitória de Trump à presidência dos EUA

Mundo Lusíada
Com agencias

donaldtrump_euaO candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, venceu as eleições e derrotou a adversária democrata, Hillary Clinton, contra todas as previsões. No discurso de vitória, Trump garantiu que será o Presidente de todos os americanos e que é hora de os norte-americanos curarem as feridas da divisão e se juntarem “como um povo unido”.

Em Portugal, o primeiro-ministro referiu que o Governo português já felicitou Donald Trump pela sua vitória nas eleições presidenciais norte-americanas e manifestou-se confiante de que Portugal manterá as suas “excelentes” relações seculares com os Estados Unidos.

“O Governo português já felicitou o senhor Trump pela sua eleição, reafirmando as nossas tradicionais boas relações com os Estados Unidos que serão certamente mantidas, tendo em conta o interesse comum de partilharmos o mesmo espaço atlântico. Temos o desejo de manter as excelentes relações que temos tido ao longo da história com os Estados Unidos”, reforço António Costa.

Também o Presidente português enviou uma mensagem de felicitações ao Presidente eleito dos EUA, desejando-lhe sucesso no exercício das funções que foi chamado a desempenhar pelo povo norte-americano. Marcelo Rebelo fez ainda uma referência aos laços de amizade que unem Portugal e os EUA e à significativa comunidade de portugueses e lusodescendentes residentes nos Estados Unidos da América.

Também o ministro dos Negócios Estrangeiros, saudou a eleição e disse esperar que os EUA mantenham a sua posição de “moderação, equilíbrio e influência na cena internacional”.

Péssimo para Europa
O professor de Relações Internacionais Miguel Monjardino qualificou de “surpreendente” a vitória do republicano, falando de uma “péssima notícia” para a União Europeia (UE).

“É realmente um resultado surpreendente, é um choque muito grande, quer em termos internos, quer em termos externos”, afirmou Miguel Monjardino, para quem se abre agora um “momento de grande incerteza”.

“Do lado da NATO [e] da UE é claramente uma péssima notícia, porque vem na sequência do ‘Brexit’, há eleições em França, na Alemanha, há problemas muito substanciais com a Rússia em toda a arquitetura de segurança europeia, portanto, sob o ponto de vista europeu isto é péssimo”, defendeu o professor no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa.

Também da Europa, o Governo italiano admitiu que a vitória de Trump “é inesperada e importantíssima e mudará muitas coisas no mundo”, assegurando que Roma continuará a opor-se ao “protecionismo, aos encerramentos e aos egoísmos”.

O Presidente francês, François Hollande, afirmou que a vitória de Trump “abre um período de incerteza” e garantiu que a França, como um parceiro da “primeira linha” dos Estados Unidos, manterá conversações com Washington, com “vigilância e franqueza”.

A chanceler alemã, Angela Merkel, propôs ao futuro Presidente dos EUA, Donald Trump, “uma cooperação estreita” baseada nos valores comuns das suas democracias liberais e no respeito pelo outro.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, assegurou que o Reino Unido e os Estados Unidos continuarão a ser “aliados fortes e próximos”.

O presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, manifestou a sua intenção para continuar a trabalhar no reforço das relações com um país que é um “parceiro indispensável”, ao passo que a Bélgica afirmou esperar a manutenção do apoio dos Estados Unidos ao projeto europeu e garanta a continuidade da segurança no quadro da NATO.

Para a Rússia, a eleição de Trump representa uma “esperança” de que seja desenvolvido “um trabalho conjunto” que tire as relações Washington-Moscovo do “estado crítico” em que se encontram, disse o Presidente russo, Vladimir Putin.

No Médio Oriente, o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, manifestou vontade de trabalhar em conjunto para a criação de um Estado palestiniano, enquanto o movimento islamita Hamas, que controla Gaza, disse que não espera uma mudança no “preconceito” dos Estados Unidos contra os palestinianos com Donald Trump na Casa Branca.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, apelidou Trump de “verdadeiro amigo do Estado de Israel”, afirmando que os dois líderes vão “continuar a fortalecer a aliança única” entre os dois países.

Por seu lado, a China desvalorizou as ameaças de Trump de iniciar uma guerra comercial com Pequim, afirmando acreditar num “desenvolvimento estável e equilibrado” das relações bilaterais e uma gestão “responsável” dos desacordos.

A Turquia, que tem elevado o tom contra o Governo dos EUA, já afirmou que a relação estratégica com Washington está à margem da pessoa que ocupa a Casa Branca.

Já o Presidente do Irã, Hassan Rohani, afirmou que Donald Trump não pode anular o acordo nuclear de 2015 entre o Irã e as potências mundiais, tal como havia ameaçado, porque este foi aprovado pela ONU.

Da Arábia Saudita, tradicional aliada dos Estados Unidos, o rei Salman bin Abdelaziz, desejou sucesso ao novo inquilino da Casa Branca na missão de alcançar segurança e estabilidade no Médio Oriente e no resto do mundo.

O Presidente afegão, Ashraf Gani, manifestou confiança num possível aumento na cooperação com Washington, que mantém cerca de 10.000 soldados no país.

A Austrália assegurou que manterá uma forte relação com os Estados Unidos, que sabem “que não têm um aliado mais forte nem um melhor amigo”, disse o primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull. Da lusofonia, Timor-Leste afirmou respeitar a vontade expressa pelos norte-americanos nas urnas e garantiu que Díli trabalhará com Donald Trump.

O secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, felicitou o republicano e desafiou-o a reverter a “situação de grave aflição e conflito” do mundo. “Asseguramos também a nossa oração para que o Senhor o ilumine e o apoie no serviço à sua pátria”, disse o cardeal, citado pela Rádio Vaticano. Parolin instou ainda Trump a trabalhar pelo “bem-estar e a paz no mundo”.

Do Brasil, Michel Temer comentou em sua conta no Twitter a vitória de Donald Trump avaliando que os dois países devem manter a institucionalidade das relações e, portanto, não devem ocorrer mudanças significativas entre as duas nações.

EUA
Tanto a candidata Hillary Clinton como o atual presidente Barack Obama já telefonaram para Trump para lhe dar os parabéns pela vitória. O Presidente dos Estados Unidos ainda o convidou para encontro na Casa Branca em 10 de novembro.

A notícia da vitória de Donald Trump caiu como uma bomba nos mercados, com as bolsas asiáticas e europeias a abrirem em queda, esta manhã. O principal índice da bolsa portuguesa, o PSI20, estava hoje em forte baixa.

Em seu primeiro discurso, Trump adotou um tom conciliatório dirigido a integrantes do Partido Republicano em um salão de baile de Nova York, sendo interrompido várias vezes com os aplausos do público. Ainda elogiou Hillary Clinton ao longo da campanha e que prestou muitos serviços ao país durante o período em que foi secretária de Estado.

Após a vitória, Trump já publicou no seu twitter, escrevendo na rede social: “Que noite linda e importante! Os homens e mulheres esquecidos nunca mais serão esquecidos outra vez. Vamos unir-nos como nunca”, lê-se na sua publicação.

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