Portugal quer organismo mais amplo que G-20

Do Jornal Mundo Lusíada Com agencias

O governo português considera que o G-20 é um "fórum privilegiado", mas defende o seu alargamento e a criação de um novo "mecanismo multilateral". A proposta avançada pelo primeiro-ministro português, José Sócrates, visa a criação de um organismo com maior consenso que o G20 para discutir grandes questões mundiais. Para o primeiro ministro, a associação de outras zonas do mundo enriquecerá “a legitimidade, a substância e o alcance” das decisões do G20 (grupo que reúne representantes de países ricos e dos principais emergentes).

José Sócrates divulgou, em uma carta, a idéia da criação deste novo "mecanismo” que reúna um número maior de países da África, América Latina, Ásia e Golfo Pérsico. Na carta, Sócrates diz que o G-20 permanece "o fórum privilegiado no qual a UE deverá continuar a apresentar as suas propostas e a defender as melhores soluções". No entanto, considera ser "igualmente essencial" ampliar "a base do consenso internacional" relativo às medidas políticas a tomar para resolver a crise econômica e financeira e reformar o sistema financeiro internacional. "Várias economias desenvolvidas do mundo e vastas áreas geográficas de importância estratégica são excluídas das discussões do G-20, juntamente com economias de baixo e médio rendimento" diz. "Queremos que esses países sigam e executem medidas que foram definidas sem o seu envolvimento direto e sem ter em conta as suas especificidades".

A mensagem foi dirigida ao presidente da Comissão Européia, e aos primeiro-ministros tcheco e britânico, por ocasião da reunião do G-20 (França, Alemanha, Reino Unido, Itália, Espanha, Holanda e a Comissão Européia por parte da UE, Estados Unidos, Canadá e Japão).

Já o ministro português das Relações Exteriores, Luís Amado, disse que Portugal quer se afirmar na UE como facilitador das relações com os vários blocos regionais, aproveitando o seu passado de presença e diálogo com a Ásia, América Latina e África. "Não nos podemos resignar a um destino passivo europeu. Um país com uma história como a de Portugal, de diálogo com tantos povos e culturas, não pode desperdiçar a oportunidade de se afirmar", prosseguiu, sustentando que só dessa forma Portugal pode "fazer a diferença na UE".

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