ONU: Cavaco cita 250 milhões de falantes da língua portuguesa e defende combate firme ao terrorismo

Mundo Lusíada
Com Lusa

Pronunciamento do Presidente da República Portuguesa, no Palácio de Belém, 10 de julho de 2013. Foto PEDRO NUNES / LUSA
Foto PEDRO NUNES / LUSA

Durante sua intervenção na abertura da 70ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, que decorre em Nova Iorque, o presidente português Cavaco Silva trouxe a língua portuguesa como “um veículo de comunicação global economicamente relevante, na qual se exprimem cerca de 250 milhões de pessoas, da Ásia à Europa, da África à América, na sua vida quotidiana, no comércio e nos negócios, na cultura e nas redes sociais”.

“É, também, língua oficial ou de trabalho em diversas organizações internacionais, nomeadamente em algumas das agências especializadas da ONU. A legítima ambição da CPLP é ver a língua portuguesa reconhecida como língua oficial das Nações Unidas”, disse o Presidente da República, o 15º chefe de Estado a falar na Assembleia Geral das Nações Unidas, depois dos presidentes dos Estados Unidos da América, Rússia, França, Brasil, China, Irão, Moçambique, entre outros.

O Presidente da República defendeu também uma “resposta firme e concertada e um combate determinado” ao terrorismo e sublinhou a necessidade de se agir de forma “solidária e responsável” em situações de tragédia humanitária, como na Síria.

“Desde há anos que nos vemos confrontados com a ameaça do terrorismo, sendo que este assume características cada vez mais bárbaras e preocupantes. Esta ameaça e os seus protagonistas exigem uma resposta firme e concertada e um combate determinado por parte da Comunidade Internacional”, afirmou o chefe de Estado português.

Esta resposta, defendeu, deve também atuar sobre as causas que conduzem à “radicalização e ao extremismo violento” e envolver os Estados, as organizações internacionais, as comunidades religiosas e as organizações da sociedade civil.

“Nenhum conflito, por mais complexo que seja, permite justificar a barbárie, seja por parte de Estados seja por atores não estatais. Os direitos humanos são patrimônio comum da Humanidade que todos temos obrigação de defender, independentemente da geografia”, referiu.

Numa sessão onde também usaram da palavra alguns dos principais líderes mundiais, como o presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, Cavaco Silva abordou igualmente a “trágica situação humanitária” na Síria, no Iraque e na Líbia, apelando a que, nestes, como em outros cenários de conflito, se atue de “forma solidária e responsável”.

Algumas destas crises, como na Síria, continuou, já custaram muitos milhares de vidas humanas e estão na origem de um dos maiores fluxos de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial.

“A sua resolução não pode ficar mais tempo refém de bloqueios que prolongam e agravam situações de sofrimento para vastas populações”, enfatizou, lembrando que Portugal tem manifestado a devida solidariedade, já traduzida na disponibilidade para acolher alguns milhares de pessoas.

A este propósito, o Presidente da República louvou o Alto Comissário para os Refugiados, o português António Guterres, sublinhando a forma como tem projetado os valores humanitários consagrados na Carta da ONU.

Na sua intervenção, onde também reiterou a necessidade de pôr fim ao impasse que afeta o processo de paz no Médio Oriente, Cavaco Silva fez uma “particular referência” à situação na Guiné-Bissau, fazendo votos para que os seus responsáveis políticos reconheçam “o valor essencial da estabilidade política e do trabalho em conjunto que é exigido para a realização das reformas necessárias, incluindo no sector de segurança, no combate à impunidade e nos projetos de desenvolvimento sócioeconômico”.

A prioridade ao combate à violência contra as mulheres foi igualmente abordada pelo chefe de Estado, que notou o “alarmante número de casos de violência doméstica, nas mais diversas sociedades e estratos sociais”, sublinhando que “não podem continuar impunes”.

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