FMI pede à Europa para deixar de adiar soluções

Da Redação
Com Portugal Digital

O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou, dia 19 de julho, os líderes da União Euroeia, de que devem agir, de imediato, para limitar os efeitos da crise na zona euro e para limitar o contágio das economias mais frágeis ao resto da moeda única.

“Não devemos atrasar mais as clarificações de algumas das incertezas que ainda pesam sobre a solução para a crise da dívida soberana na periferia” da zona euro, disse Luc Everaer, do Departamento Europeu do FMI, apresentando as conclusões de um novo relatório nos 17 países da zona euro, citado pela rádio TSF.

Na apresentação do documento, feito no âmbito das consultas regulares ao conjunto de países da união monetária, Everaer afirmou ainda que “a crise na periferia não está ainda totalmente resolvida. Os directores [do fundo] pensam que isso terá de ser feito com muita urgência”.

O FMI avisou que a zona euro necessita de um maior envolvimento dos privados para apoiar os países mais fracos e os seus sistemas bancários. A instituição apelou ainda aos líderes da zona euro que aumentem a capacidade e os limites operacionais do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, para que possa intervir com mais eficácia na resolução da crise.

Os líderes dos países da zona euro deverão encontrar-se, na quinta-feira, numa cimeira em Bruxelas, para estudar a possibilidade de levar a cabo um segundo plano de resgate da Grécia, mas não há ainda garantias de que saia qualquer acordo do encontro.

Quanto aos riscos de contágio, o FMI alerta que caso a Grécia, Portugal, a Irlanda, Itália ou Espanha “enfrentem novas dificuldades, estas podem espalhar-se às economias mais robustas”, como a alemã ou a francesa.

Durão Barroso: Zona Euro está numa situação “muito grave”

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, qualificou, de “muito grave” a situação da Zona Euro, mergulhada numa crise prolongada, resultante das dívidas de vários países, que ameaça contaminar todo o espaço europeu, com reflexos globais.

Em conferência de imprensa, Durão Barroso enfatizou a necessidade de ser encontrada uma solução durante a cimeira, do dia 21 de julho, dos líderes da Zona Euro, caso contrário “as consequências far-se-ão sentir na Europa e para lá dela”. Chegou o momento de tomar decisões. Disseram que fariam o que fosse preciso para assegurar a estabilidade da Zona Euro. É agora a altura de cumprir essa promessa”, disse Durão Barroso. “Apelo a todos os dirigentes para que façam prova da ética e da responsabilidade europeia”, disse Barroso.

Cavaco espera que líderes ouçam “campainhas de alerta”

O presidente de Portugal, Cavaco Silva, afirmou esperar que os líderes europeus tenham ouvido as “campainhas de alerta” para a crise do euro.

“Espero que tenham soado as campainhas de alerta e que se tomem decisões para pôr fim a uma situação que de alguma forma é de crise. Embora eu já tenha referido que, apesar da crise, a zona do euro permanece como uma zona que atrai muito os investidores, aqueles que procuram diferentes moedas nos mercados internacionais”, disse o presidente português.

Durante visita ao Instituto Gulbenkian de Ciência, Cavaco disse esperar que na cimeira extraordinária de quinta-feira a Europa “ponha fim às hesitações e aos adiamentos e que revele liderança na resolução dos problema financeiros que afetam neste momento alguns países da zona euro”.

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: