Afastado desde 2006, Fidel Castro renuncia

Da Agencia Brasil

Valter Campanato – 21.jul.06/ABr

ARQUIVO >> Córdoba (Argentina) – O presidente de Cuba, Fidel Castro, observa tumulto com profissionais de imprensa durante a foto oficial dos chefes de Estado presentes na 30ª Reunião do Conselho do Mercado Comum e Cúpula dos Presidentes do Mercosul, e Estados Associados.

Em carta publicada nesta terça, 19 de fevereiro, no jornal oficial do Partido Comunista – Granma – o presidente de Cuba, Fidel Castro, anunciou que não reassumirá o cargo, depois de quase 19 meses afastado por problemas de saúde. Nesse período, ele foi substituído pelo irmão Raul Castro, que ocupa o cargo interinamente.

Na carta, Fidel afirma que não aceitará, nem aspira aos postos de chefe de Estado e Comandante em Chefe, que serão escolhidos em uma eleição no próximo domingo (24).

"Comunico que não aspirarei nem aceitarei – repito – não aspirarei nem aceitarei o cargo de presidente do Conselho de Estado e Comandante em Chefe", diz o líder da Revolução Cubana na carta.

"Trairia minha consciência assumir uma responsabilidade que requer mobilidade e entrega total, que não estou em condições físicas de oferecer. Explico sem dramaticidade", acrescenta Fidel.

O presidente cubano, de 81 anos, se recupera desde julho de 2006 de complicações intestinais e desde essa época está afastado da vida pública.

Irmão sucessor A Assembléia Nacional de Cuba decidirá, no dia 24, o sucessor do atual presidente do país. Durante o encontro e de acordo com a lei cubana, os 614 novos deputados eleitos em 20 de janeiro – entre os quais Fidel – devem eleger os 31 membros do Conselho de Estado, cujo presidente exerce a função de chefe de Estado e de governo.

Desde que esse sistema de eleições foi instituído no país – em 1976 – Fidel Castro tem ocupado, de forma ininterrupta, o duplo cargo.

O candidato mais apontado para a sucessão é Raul Castro, general de 76 anos e irmão de Fidel. Considerado “a mão direita” do ditador durante os últimos 49 anos, Raul substitui o líder cubano interinamente há um ano e meio.

A renúncia de Fidel Castro, no entanto, não impede que ele seja eleito membro do Conselho de Estado e desempenhe, no futuro, o papel de um veterano estadista. A previsão é de que o presidente cubano mantenha a grande influência política que teve desde que assumiu o cargo de primeiro secretário do Partido Comunista.

Estados Unidos O presidente George W. Bush comentou o anúncio do presidente cubano, Fidel Castro, de retirar-se formalmente do poder, e cobrou a realização de eleições democráticas em Cuba.

“Deve haver uma transição para uma eleição livre e não esse sistema que os irmãos Castro [Fidel e Raúl] vêm impondo”, enfatizou Bush, durante visita à Ruanda, país do continente africano.

Para Bush, o primeiro passo após a renúncia do líder cubano deve ser a libertação “imediata” de presos políticos em Cuba. “Conversei com muita gente que foi presa apenas por comentar (sobre o governo de Fidel) e isto deve acabar”.

O presidente americano reforçou que os Estados Unidos não deixarão de ajudar os “irmãos cubanos”. “O importante não é o que significa para mim, mas o que significa para os próprios cubanos”.

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