Pelé: Liga Portuguesa de Futebol Profissional diz que “reis são eternos”

Mundo Lusíada com Lusa

A Liga Portuguesa de Futebol Profissional lamentou hoje a morte do futebolista brasileiro Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, aos 82 anos, declarando que “os reis são eternos”.

A mensagem, publicada na rede social Twitter, refere-se à alcunha que o tricampeão mundial de futebol ganhou pelo destaque que teve na modalidade, de que foi a primeira ‘estrela’ global, um dos melhores de sempre, e por isso o ‘Rei’.

“Até sempre, Pelé”, completou o organismo de cúpula do futebol profissional português, ecoando uma mensagem comum pela Internet.

Já o presidente do organismo, Pedro Proença, recordou que hoje partiu “um dos melhores jogadores da história”, considerando que o futebolista ‘canarinho’ será recordado pela eternidade.

“Edson Arantes de Nascimento partiu hoje, mas Pelé será sempre imortal. Deixou-nos um dos melhores jogadores da história, tricampeão mundial pelo Brasil e alguém que marcou a modalidade de forma inesquecível. Em meu nome e nome da Liga Portugal, envio as mais sentidas condolências pela morte de Pelé.

“As lendas são eternas!”, escreveu, junto a uma foto do antigo atleta com a camisa do Brasil.

Também treinador português Carlos Queiroz lamentou a morte de Pelé, aos 82 anos, colocando-o ao lado de Eusébio, Diego Maradona e Johan Cruyff no ‘Panteão’ da modalidade.

“Pelé está agora no seu divino trono, onde reinará eternamente com Eusébio, Maradona e Cruyff a seu lado. Após esta dinastia de reis, o futebol continua no seu esplendor a dar lugar a uma nova dinastia de príncipes”, escreveu o técnico luso na rede social Twitter.

Pelé e Eusébio, figuras maiores de Brasil e Portugal que jogaram nos Estados Unidos, estiveram no relvado antes do apito inicial. Arquivo 2013 Foto: FPF/Francisco Paraíso

A lenda do futebol brasileiro e mundial, único jogador tricampeão do Mundo, ficou internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, em 29 de novembro, quando se submeteu a uma reavaliação do tratamento ao câncer de colón detetado em setembro de 2021, e ao tratamento de uma infecção respiratória, agravada pela covid-19, com antibióticos.

Desde que foi operado, Pelé passou por um ciclo de sessões de quimioterapia que o obrigou a ir várias vezes ao hospital para acompanhar a sua evolução.

Pelé, o único futebolista três vezes campeão do mundo, em 1958, 1962 e 1970, assinou 77 gols nas 92 internacionalizações pela seleção brasileira, tendo vestido as camisas do Santos e dos norte-americanos do New York Cosmos. Foi ainda ministro do Desporto no governo de Fernando Henrique Cardoso, entre 1995 e 1998.

Frente a Portugal

O ‘rei’ Pelé marcou 15 gols em 16 encontros com formações lusas, entre oficiais e particulares, e ganhou 11, mas perdeu o mais importante, na fase final do Inglaterra66, a sua única derrota em Mundiais.

Em 19 de julho de 1966, no Goodison Park, a casa do Everton, em Liverpool, Portugal impôs-se por 3-1 face aos então bicampeões mundiais em título, que afastou da prova, em embate da terceira e última jornada da fase de grupos.

O ‘pequenino’ António Simões, de cabeça, aos 15 minutos, e um ‘bis’ de Eusébio, aos 26 e 85 minutos, selaram o adeus do Brasil, que teria de esperar mais quatro anos para chegar ao ‘tri’. De nada valeu aos ‘canarinhos’ o tento de Rildo, aos 73.

Em deficientes condições físicas, Pelé, que tinha falhado o segundo jogo dos ‘canarinhos’ na prova, não conseguiu fazer a diferença, também por culpa de uma marcação impiedosa do ‘leão’ Morais, numa altura em que podia ‘pisar mais o risco’.

Tirando este encontro, o melhor marcador da história da seleção ‘canarinha’, com 77 golos, em 92 encontros – Neymar alcançou-o no Mundial de 2022 – apenas perdeu mais um embate frente a conjuntos lusos, um particular com Portugal, disputado no Estádio Nacional, no Jamor, em 21 de abril de 1963.

O benfiquista José Augusto, que três anos depois também foi titular no embate do Mundial, decidiu o encontro, com um tento aos 72 minutos, servido por Yaúca, então jogador do Belenenses.

De resto, Pelé tem um registo imaculado com conjuntos portugueses, tendo apenas cedido mais três empates, um frente ao Sporting, em 1959, outro face a Portugal, em 1965, e um último com o Benfica, em Nova Iorque, em 01 de setembro de 1968.

Na maioria dos jogos, o ‘rei’ saiu por cima, com destaque para o que fez face ao Benfica na final da Taça Intercontinental de 1962: brindou os bicampeões europeus em título com cinco golos, em dois encontros.

No Estádio Maracanã, no Rio de Janeiro, Pelé ‘bisou’ na primeira mão, no triunfo do Santos por 3-2, com tentos aos 31 e 86 minutos. Santana também marcou a dobrar para os ‘encarnados’, aos 58 e 87, e Coutinho faturou para os brasileiros, aos 64.

A vitória pela margem mínima deixou tudo em aberto para a segunda mão, mas, na Luz, em 11 de outubro de 1962, o ‘rei’, já bicampeão mundial, mostrou toda a sua categoria, com um ‘hat-trick’, selado aos 17, 28 e 64 minutos.

Coutinho, aos 49 minutos, e Pepe, aos 77, também marcaram para o Santos, enquanto, na parte final, Eusébio, aos 87, e Santana, aos 89, amenizaram o desaire do ‘onze’ do chileno Fernando Riera, que nessa época falharia o ‘tri’ na final da Taça dos Campeões.

Pelé marcou mais quatro golos aos ‘encarnados’, um num particular realizado em 1957 (3-2), dois no Torneio de Paris de 1961 (6-3) e um no Torneio de Nova Iorque de 1966 (4-0), já depois da fase final do Mundial de Inglaterra.

O melhor jogador do Século XX, eleito em 1999 pela FIFA, o France Football e a Federação Internacional da História e Estatísticas do Futebol (IFFHS), também marcou a Portugal, selando um 1-0 em 1962 e abrindo a contagem num 4-1 em 1964.

O brasileiro também não ‘falhou’ face às outras equipas lusas que defrontou: apontou um ‘hat-trick’ ao Belenenses, em 1957, integrando um misto de jogadores do Santos e do Vasco da Gama, e marcou ao Sporting em Alvalade, num empate 2-2, em 1959.

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