Mundo Lusíada
Com Lusa
O português Cristiano Ronaldo manifestou-se solidário com os futebolistas e com o treinador do Sporting, em declarações à RTP, durante o dia aberto do Real Madrid de antevisão da final da Liga dos Campeões.
“É uma situação aborrecida, eu tento sempre ficar do lado dos jogadores e do treinador, porque tenho a mesma profissão do que eles e estou 100% com eles, sempre”, afirmou Ronaldo.
O antigo futebolista dos ‘leões’ reiterou o apoio aos companheiros e ao técnico Jorge Jesus, escusando-se a dar opiniões aos jogadores.
“Não sou, obviamente, a pessoa mais adequada para dar conselhos, cada um toma as suas decisões e há que respeitá-las”, rematou.
Em 15 de maio, antes daquele que seria o primeiro treino para a final da Taça de Portugal, a equipe de futebol do Sporting foi atacada na academia do clube, por um grupo de cerca de 50 alegados adeptos encapuzados, que agrediram técnicos e jogadores.
A GNR deteve 23 dos atacantes, que ficaram em prisão preventiva, após interrogatório judicial no Tribunal do Barreiro.
Real Madrid e Liverpool defrontam-se na final da ‘Champions’ no sábado, em Kiev, a partir das 19:45 (horas em Lisboa).
As provas
O Ministério Público (MP) tem “abundantes meios de prova indiciária”, recolhidos na sequência dos incidentes na Academia do Sporting, em Alcochete, numa ação que diz ter sido “concertada”, e que levou à prisão preventiva de 23 pessoas.
O MP assegura que, “no essencial, foram recolhidos fortes indícios de que os arguidos agiram de forma concertada e previamente planejada de modo a intimidar gravemente e causar receio pela própria vida ao grupo de jogadores e de técnicos da equipa de futebol do SCP, fazendo-o através da prática de crimes com perigo para a integridade física, com sequestro, por meio de uma atuação em grupo especialmente violenta”.
O MP enquadra a violência na forma como os adeptos “invadiram em bando e encapuçados as instalações sem qualquer autorização para o efeito, lançaram tochas no seu interior, forçaram a entrada no balneário por meio da força”.
Na nota, é referido que, uma vez no interior, os alegados adeptos “agrediram violentamente os ofendidos que impediram de sair daquele local, proferiram ameaças de morte, lançaram artefatos pirotécnicos espalhando o medo e o pânico, além de terem causado estragos nas instalações”.
O MP refere ainda que, no espaço de 24 horas, foram recolhidos “abundantes meios de prova”, designadamente “objetos transportados nas viaturas dos arguidos, autos de visionamento de videovigilância e fotogramas, relatórios fotográficos, relatórios de inspeção judiciária”.
No processo, foram feitas 36 inquirições de testemunhas e ofendidos. Na segunda-feira, o juiz de instrução criminal do Tribunal do Barreiro decretou prisão preventiva, a mais gravosa das medidas de coação, para os 23 suspeitos.
O advogado Nuno Rodrigues Nunes responsabilizou segunda-feira os jornalistas pela prisão preventiva dos 23 suspeitos, acusando-os de terem montado “um circo desnecessário” em torno do caso.
“A forma como vocês [jornalistas] empolaram este assunto, não sei até que ponto não teve consequências. Estamos aqui a falar da verdade. A verdade não é a vossa verdade. Este caso não tem a gravidade que fizeram parecer ter. Vocês fizeram um circo à volta disto sem necessidade nenhuma”, acusou.