Da Redação
Entre a noite de sexta-feira e a manhã de segunda-feira, a eletricidade consumida pelos portugueses foi integralmente produzida em Portugal, a partir de energias renováveis, com destaque para a energia eólica e hídrica, anunciou o governo.
De acordo com os dados disponibilizados pela empresa Redes Energéticas Nacionais (REN), apenas foi necessário recorrer à energia de fontes renováveis, embora numa percentagem muito reduzida, entre as 22h30 de domingo e as 10h45 de segunda-feira.
Nestes três dias, Portugal esteve permanentemente a exportar energia para Espanha, tendo realizado algumas importações por razões meramente estratégicas.
Como exemplo, entre as 22h30 de sexta-feira e as 24h00 de sábado, foram gerados 172,5 GWh de energia (97.6 GWh de eólica, 68,3 GWh de hídrica e 6,6 GWh de solar), tendo Portugal consumido 131,1 GWh e o excedente sido exportado através da ligação com Espanha.
A produção de energia de fontes renováveis neste fim-de-semana beneficiou das condições favoráveis de vento e chuva que se fizeram sentir. No entanto, Portugal tem vindo a destacar-se como um dos países da União Europeia com maior percentagem de energias renováveis no seu cabaz energético, enquanto é também um dos países que melhor conseguiu controlar os preços, na sequência da crise motivada pela invasão da Ucrânia pela Rússia, destaca o governo.
Custo
Portugal foi um dos cinco países da União Europeia em que o preço da eletricidade para consumo doméstico diminuiu no primeiro semestre de 2023, quando comparado com o mesmo período do ano anterior, de acordo com as estatísticas divulgadas pelo Eurostat da última semana.
O preço da eletricidade desceu 6% em Portugal, apenas suplantado pela Dinamarca (-15%) e pela Espanha (-41%), enquanto Malta e Luxemburgo tiveram reduções de 3% e 0,4%, respectivamente.
Nos outros 22 países da União Europeia, os preços da eletricidade para consumo doméstico continuaram a subir, embora de forma mais moderada do que no segundo semestre de 2022. Os Países Baixos lideram a tabela, com um crescimento de 953%, motivado por razões fiscais, seguindo-se a Lituânia (88%), a Roménia (77%) e a Letónia (74%).
Quanto aos preços do gás para consumo doméstico, Portugal encontra-se entre os países do meio da tabela, com um aumento de 60% no primeiro semestre de 2023.
Os preços da energia dispararam no primeiro semestre de 2022, devido à invasão da Ucrânia pela Rússia, tendo sido estabilizados por medidas de apoio nos diversos países, que entretanto têm vindo a ser reduzidas.